Prefeito eleito de Caxias esconde celulares no freezer durante operação da polícia contra compra de votos na Baixada

Apesar disso, os agentes conseguiram apreender 2 aparelhos de Netinho Reis (MDB)

Prefeito eleito de Caxias esconde celulares no freezer durante operação da polícia contra compra de votos na Baixada

Um dos alvos da operação da Polícia Federal, deflagrada nesta sexta-feira (13) contra uma quadrilha suspeita de compra de votos e lavagem de dinheiro, está o prefeito eleito de Duque de Caxias, Netinho Reis (MDB). Quando os agentes chegaram na casa do político, que é sobrinho do secretário estadual de Transportes do Rio e ex-prefeito de Duque de Caxias, Washington Reis (MDB), Netinho tentou esconder 2 aparelhos celulares dentro de um freezer.

Um vídeo obtido pela reportagem mostra que os aparelhos foram colocados dentro de uma gaveta do refrigerador ao lado de potes de sorvetes. Os telefones foram achados durante as buscas feitas pelos agentes federais.

A reportagem apurou que 2 carros de luxo foram apreendidos em Xerém, em Caxias, na casa do secretário de Transportes.

Entre os alvos estão o secretário de Transportes do Rio de Janeiro, Washington Reis, e do atual prefeito de Duque de Caxias, Wilson Reis, e a vereadora de Caxias Fernanda Izabel da Costa (MDB), filha do traficante Fernandinho Beira-Mar.

Deputado estadual também é alvo

O deputado estadual Valdecy da Saúde (PL), que foi candidato à prefeito de São João de Meriti, na Baixada, também foi alvo de um mandado de busca e apreensão.

Na casa do agente comunitário Wellington da Rosa, servidor das prefeituras de São João de Meriti e Miguel Pereira, no Centro-Sul fluminense, a PF encontrou uma mala abarrotada de dinheiro. O montante estava divido em maços de R$ 50 e R$ 100. O dinheiro será contabilizado na sede da PF, na Região Portuária do Rio.

Em setembro, o Fantástico revelou que um grupo era contratado por políticos em períodos eleitorais para aplicar o golpe do ‘teatro invisível’. Caracterizados de moradores locais, atores e atrizes abordavam as pessoas na rua e espalhavam informações falsas que favoreciam o político que os contratou, ou desfavoreciam os opositores.

A Polícia Federal teve acesso a um arquivo chamado “Valdecy campanha teatro”, que registra um gasto total de R$ 55 mil por grupo. Os relatórios listam quantas pessoas foram abordadas e até quantas tinham sido convencidas a trocar de voto.

Entre as notícias inventadas pela quadrilha, está uma reportagem falsificada do portal g1 que ligaria o deputado estadual Leo Vieira (Republicanos) ao assassinato da vereadora Marielle Franco. Leo Vieira foi adversário de Valdecy da Saúde na disputa pela Prefeitura de São João de Meriti.

O que dizem os citados

O secretário de Transportes do Rio afirmou que “a eleição foi justa e honesta” e refutou a operação.

“Tenho 32 anos de vida pública, tenho muita tranquilidade, e não tenho nada a ver com isso. Nossa eleição foi feita com muita transparência, honestidade, as contas foram aprovadas, e está tudo tranquilo. Não tenho nada a temer e estou aqui para colaborar com a justiça”, afirmou Washington Reis à reportagem.

Por sua vez, o prefeito de Duque de Caxias, Wilson Reis, não tem nenhum envolvimento no caso citado, confia na justiça e está a disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários.

A reportagem tenta contato com os outros citados.

Com informações do g1.

 

Por Jornal da República em 14/12/2024
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