Presidente do PL, Valdemar Costa Neto, sabia que não havia fraude na eleição de 2022

Presidente do PL, Valdemar Costa Neto, sabia que não havia fraude na eleição de 2022

  Novas revelações surgem sobre a postura do Partido Liberal (PL) em relação às eleições de 2022. Segundo informações divulgadas pela CNN Brasil, a Polícia Federal teve acesso a mensagens que mostram que Valdemar Costa Neto, presidente do PL, foi alertado por peritos contratados pelo partido sobre a falta de provas de fraude no processo eleitoral, após a votação do segundo turno. Mesmo ciente dessa constatação, a coligação de Jair Bolsonaro (PL) seguiu em frente, contestando a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que resultou em uma multa de R$ 22,9 milhões imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao partido.

Em novembro de 2022, o TSE rechaçou as alegações do PL sobre a suposta falta de segurança do sistema eleitoral brasileiro, multando a legenda por litigância de má-fé. A decisão do tribunal ressaltou o uso de argumentos infundados e a tentativa de desacreditar o processo democrático brasileiro, fortalecendo a confiança no sistema eleitoral do país.

Valdemar Costa Neto, figura influente no PL e apoiador direto de Bolsonaro, recebeu o alerta dos peritos logo após a conclusão da votação, o que indica que o partido estava ciente da inexistência de fraudes. Mesmo assim, a narrativa sobre supostas irregularidades foi amplamente promovida, tanto por Bolsonaro quanto por seus aliados, alimentando desconfiança entre parte da população.

Essa postura se insere em um contexto maior, no qual Jair Bolsonaro, durante sua gestão como presidente, frequentemente alegou que o Judiciário interferia negativamente no governo e sugeriu que as Forças Armadas participassem na apuração dos votos. Em julho de 2022, ele chegou a afirmar, sem provas, que o sistema eleitoral brasileiro era vulnerável, durante um encontro com embaixadores em Brasília.

A situação se agravou após a revelação de uma delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que confirmou que o ex-presidente buscou apoio de militares para entender como um golpe de Estado poderia ser implementado no Brasil. Cid destacou que havia planos para a prisão de importantes figuras do Judiciário, como os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Com as novas informações, a Polícia Federal iniciou, em 2024, a "Operação Tempus Veritatis" ("A Hora da Verdade"), uma investigação detalhada para apurar mais elementos sobre o plano golpista. A operação visa identificar e punir os envolvidos, reafirmando a importância da preservação do Estado Democrático de Direito e a responsabilização daqueles que atentaram contra ele.

Atualmente inelegível, Jair Bolsonaro foi condenado por disseminação de fake news, após a acusação de fraudes feitas a diplomatas estrangeiros. A sequência de eventos indica um movimento coordenado para desestabilizar a confiança pública nas eleições, com consequências jurídicas para todos os envolvidos, inclusive Valdemar Costa Neto.

Com a operação em andamento e as revelações de Mauro Cid, o Brasil ainda vive os desdobramentos das tentativas de golpe, enquanto a Justiça continua a aprofundar a responsabilização de todos os implicados nos ataques à democracia.

Fonte: Brasil247

Por Jornal da República em 29/09/2024
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