Presidente se revolta com desmonetização de sites propagadores de mentiras

Bolsonaro ataca corregedor do TSE, diz que “Age junto com Moraes e Barroso”, mas esquece de mencionar que decisão foi tomada a pedido da Polícia Federal, a exemplo da que levou Roberto Jefferson para prisão

DA REDAÇÃO - Em entrevista na manhã desta terça-feira (17), Jair Bolsonaro (Sem partido) atacou o corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Felipe Salomão, que atendeu pedido da Polícia Federal e decretou a desmonetização de 14 sites bolsonaristas que propagam fake news.

Fazendo uma defesa árdua da hidroxicloroquina, Bolsonaro falou que as “big Techs” estão derrubando as páginas que propagam fake news sobre tratamento precoce e aproveitou a própria deixa para atacar Salomão.

“Já estão derrubando como aqueles que dizem que o voto eletrônico não é plenamente confiável. O corregedor do TSE, o senhor Salomão, ele está mandando desmonetizar a página de quem diz que as urnas não são confiáveis ou precisam de uma maneira de ser auditadas. É isso que acontece no Brasil: a hipocrisia. Pouca gente tem coragem de falar a verdade. Nós temos que resistir”, disse o presidente, visivelmente transtornado.

Em outro momento da entrevista à rádio Capital Notícia, de Cuiabá, Bolsonaro voltou a atacar o corregedor do TSE, citando que ele age em conjunto com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, presidente da corte eleitoral, que são alvo de um pedido de impeachment que será protocolado pelo Planalto.

“Vai mandar fazer uma diligência? Vai fazer uma busca e apreensão na minha casa? Vai me sancionar [NR.: Acreditamos que Bolsonaro quis dizer censurar] nas mídias sociais, por acaso? Será que vai chegar a esse ponto? Porque ele está fazendo barbaridades agora junto com o ministro do TSE, o senhor Salomão, que resolveu numa canetada mandar desmonetizar certas páginas”, disse Bolsonaro.

Salomão, no entanto, tomou a decisão a pedido da Polícia Federal que também solicitou a desmonetização das contas no Twitter, Facebook, Instagram e YouTube em nome de Jair Bolsonaro e dos seus filhos Carlos, Eduardo e Flávio – o que foi negado pelo TSE. (Da Revista Fórum)