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O debate realizado pela TV Bandeirantes, o primeiro entre candidatos a prefeito do Rio, foi marcado por Alexandre Ramagem (PL) e Rodrigo Amorim (União Brasil), participantes ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, tentando colar a imagem de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao atual prefeito e aspirante à reeleição, Eduardo Paes (PSD). Também participam os deputados federais Tarcísio Motta (PSOL) e Marcelo Queiroz (PP).
Como era esperado, a dupla próxima ao ex-presidente Jair Bolsonaro mirou as críticas no atual prefeito. Ramagem chamou Paes de “soldado de Lula”, enquanto Rodrigo Amorim se referiu ao atual prefeito como “filho ingrato de Cabral”, “nervosinho” e “pai da mentira”. Paes chegou a pedir um direito de resposta por conta das menções indiretas.
— Ele (Eduardo Paes) sumiu com o Cabral da vida dele, assim como fez com as vigas da Perimetral. O atual prefeito faz as coisas da cabeça dele. Tira faixa da Avenida Brasil, depois coloca faixa. Reduz a velocidade das vias da cidade. Conforme ele acorda, nos devaneios, toma decisão sem ouvir a engenharia de trânsito — afirmou Amorim, sobre o transporte na cidade.
Ao ser perguntado por Ramagem sobre a atuação da prefeitura sobre a segurança, um dos temas que a campanha do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) pretende explorar, Paes argumentou que o município pode auxiliar, mas que a responsabilidade principal dessa área é do governo do Estado — comandado por Cláudio Castro (PL), correligionário de Ramagem.
— Um grupo político comanda há seis anos a segurança pública no estado do Rio e é incapaz de dar as respostas. A pergunta que eu devolvo ao delegado Ramagem, aliado do governador Cláudio Castro, do ex-governador Wilson Witzel, o que ele acha dessa coisa de indicação política para batalhão, como acontece no governo do seu padrinho Cláudio Castro — afirmou Paes.
Ramagem rebateu dizendo que a prefeitura tem um “operativo de segurança pública”, que é a Guarda Municipal, e estaria “sem credibilidade”:
— A tropa é reflexo do comandante — pontuou.
Já o candidato Marcelo Queiroz questionou Paes se ele vai continuar prefeito caso seja eleito ou se ele concorrerá ao governo do estado, em 2026.
— Edurdo, vai ficar os quatro anos? — disse Queiroz.
— Você sabe bem como eu gosto de ser prefeito, eu vou ficar os quatro anos. Isso é uma enorme honra para mim — respondeu Paes.
Outro embate aconteceu entre Amorim e Tarcísio. O candidato bolsonarista afirmou que o PSOL é o “partido da droga”, o que fez o psolista pedir direito de resposta. Ele não foi concedido, mas Tarcísio usou seu tempo para dizer que o partido “orgulhosamente defende a legalização das drogas e o tratamento das drogas como problema de saúde pública”.
— Meu pai foi alcoólatra, usava abusivamente uma droga legalizada, e não é na ponta do fuzil que vai se resolver isso. Esse proibicionismo não resolve nada. Essas figuras querem causar medo em você para continuar ganhando votos — afirmou.
Amorim ainda prometeu, se for eleito, fiscalizar ele próprio os órgãos da prefeitura:
— Durante a noite, dando incertas nos órgãos para ver se está tudo funcionando — disse.
Em outro embate de Tarcísio, o psolista acusou Ramagem de negacionista e chamou Amorim de “Padre Kelmon carioca”, em referência ao candidato à presidência em 2022 que fazia dobradinhas com ex-presidente Bolsonaro durante os debates eleitorais naquele ano.
— Viva o Zé Gotinha! Viva a ciência! — afirmou Tarcísio.
Já Ramagem defendeu a autação de Bolsonaro na pandemia e afirmou que o presidente garantiu vacina “para quem quis”. Ele também afirmou que o ex-presidente olhou para a economia e defendeu que o governo Lula “não sabe cortar gastos, só sabe taxar”.
O critério para escolha dos cinco concorrentes ao cargo foi que o partido, coligação ou federação tenha ao menos cinco parlamentares no Congresso Nacional, como determina a legislação eleitoral.
De acordo com a pesquisa Quaest no Rio, divulgada em 24 de julho, o atual prefeito Eduardo Paes (PSD) tem ampla vantagem na corrida eleitoral. O candidato à reeleição e aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 49% das intenções de voto, no cenário com todos os pré-candidatos testados pelo instituto.
Aparecem em seguida os deputados federais Alexandre Ramagem (PL), nome de Jair Bolsonaro (PL), que tem 13%, e Tarcísio Motta (PSOL), que soma 7%. Já em um cenário com menos candidatos, que repete o do levantamento anterior, Paes permanece na liderança, com 52%.
Na amostra com maior número de nomes, Cyro Garcia (PSTU) e Rodrigo Amorim (União) somam 3% cada. Já Juliete Pantoja (UP) e Marcelo Queiroz (PP) têm 2%, enquanto Carol Sponza (Novo) e Dani Balbi (PCdoB) obtêm 1% cada. Intenções de votos em branco, nulo e eleitores que não pretendem comparecer às urnas chagam a 15%. Os que se dizem indecisos são 4%.
O mesmo levantamento aponta que o índice de eleitores que consideram a gestão de Paes positiva subiu de 35%, na pesquisa anterior, em meados de junho, para 45%. Já os que avaliam o governo Paes como negativo recuaram de 24% para 18% em um mês, enquanto a faixa que vê seu mandato como regular passou de 38% para 35%.
Com informações do Extra
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