Professor Tarcísio Motta é 2° nas pesquisas e o Psol polariza com Eduardo Paes que ridiculariza Lula

Entrevista Exclusiva com Tarsísio Motta rumo ao 2º turno

Professor Tarcísio Motta é 2° nas pesquisas e o Psol polariza com Eduardo Paes que ridiculariza Lula

Saiu hoje nova pesquisa do Instituto Datafolha: Eduardo Paes (PSD) sobe para 35%, Professor Tarcício Motta (PSol) assume a polarização com 9% e o Delegado Ramagem (PL) cai e pontua 7%. Na atual configuração, pela 1ª vez um verdadeiro representante da esquerda entra na polarização.

Ocorre que o Deputado Federal Lindbergh Faria (PT) lançou no último domingo (30), durante na festa AABB Tijuca o movimento “Petistas com Tarcísio” e promoveu um racha dentro do PT, que veio a favorecer o prefeito Eduardo Paes que está jogando com Lula e não atende o pedido para colocar o Ex Presidente da ALERJ – Deputado André Ceciliano como vice na sua chapa.

Eduardo Paes, nada mais nada menos, está ridicularizando o presidente Lula que estava tão convicto dessa aliança que exonerou André Ceciliano da função de Secretário Especial de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República para ocupar a vaga de vice prefeito.

Nos tempos do “velho Brizola”, isso se resolvia com o reverberar da voz que marcou um verdadeiro líder, já no caso de Lula o prefeito vem aplicando um “sambarilove”, e vai enganando até inviabilizar uma chapa majoritária do PT.

Quem se aproveita da situação é o candidato do PSol – Professor Tarcísio que se fixa na polarização e avança com os votos da esquerda. Por outro lado, o Delegado Ramagem (PL), não decola e até a convenção muita coisa pode mudar, enquanto isso, o prefeito Eduardo Paes em condições de conforto vai esnobando o Presidente Lula. 

Em entrevista exclusiva, Professor Tarcísio Motta (PSol), responde ao JORNAL ULTIMA HORA:

1- Professor Tarcísio Motta, como vê o resultado das últimas pesquisas?

Tarcísio Motta - As últimas pesquisas mostram que a eleição será decida no segundo turno. Primeiro porque a maior parte dos cariocas ainda não decidiu em quem vai votar, segundo porque o número de candidatos impede que ela seja decidida no primeiro turno.

Hoje existem três forças que disputam as eleições pra valer. Nossa candidatura articula uma frente de esquerda com as forças progressistas da cidade. Já o Paes busca articular as máfias que há décadas mandam e desmandam no Rio, na base do toma-lá-dá-cá.

E a extrema-direita está esfacelada em várias candidaturas. Mas o mais importante, repito, é que a enorme maioria dos cariocas ainda não decidiu o que vai fazer nas eleições. Ou seja, o jogo nem começou. E já largamos muito bem. Essa última pesquisa da Datafolha, por exemplo, nos coloca em segundo lugar. O cenário eleitoral é promissor e estou muito animado por saber que minha candidatura representa o desejo de mudança que está tomando conta do Rio.

2 - Considerando a eleição polarizada entre o prefeito Eduardo Paes e o candidato do Bolsonaro, como pensa em chegar no 2° turno?

Tarcísio Motta - Todas as últimas pesquisa apontam que hoje estamos empatados tecnicamente com o Ramagem. Tem pesquisas que me colocam na frente, como a Datafolha que acabou de sair.

Outras em que ele aparece em segundo. Mas na maioria dos casos, a diferença de pontos é muito pequena.

Estamos na disputa pelo segundo turno e esta é a grande questão dessas eleições: quem vai pro segundo turno com Paes, a esquerda ou o bolsonarismo?

Hoje o Psol é o maior partido de esquerda do Rio. Elegemos a maior bancada de vereadores em 2020, fui o vereador mais votado da cidade. Temos cinco deputados estaduais e cinco federais e estamos preparados para a disputa eleitoral.

Vamos tirar a extrema direita do segundo turno e mostrar para os cariocas que o Rio não vai sair do buraco em que se enfiou com Paes e Crivella apostando nos mesmos que há anos levam a cidade pro fundo do poço.

3 - Na eleição de 2022, Bolsonaro teve mais votos que Lula no Rio. Já pensou na possibilidade de unificação da direita em um só nome?

Tarcísio Motta - A extrema-direita está dispersa e fragilizada, com seus principais candidatos ameaçados de serem presos ou de se tornarem inelegíveis pelos crimes que cometeram.

Além disso, os cariocas se lembram da péssima experiência com a extrema-direita no poder quando Crivella foi prefeito. Vamos derrotá-los no primeiro turno. Só vai restar a eles pularem no colo do Paes no segundo turno. Aliás, não tenho dúvidas de que o Paes vai recebê-los de braços abertos.

4 - Eduardo Paes e Professor Tarcísio dividem votos da Esquerda? Quem tem histórico para representar a esquerda?

Tarcísio Motta - O voto no Paes não é um voto antifascista, muito menos de esquerda. Ele apoiou o golpe de 2016 e mandou o Pedro Paulo votar a favor do impeachment da Dilma.

Dois anos depois, ele rejeitou o Haddad e defendeu o programa do Bolsonaro e do Paulo Guedes no segundo turno das eleições de 2018. Mais recentemente, na última semana do primeiro turno de 2022, Paes só apoiou o Lula quando todas as pesquisas apontavam que o Lula ganharia no primeiro turno.

E como prefeito, seu histórico não é nada animador. Por exemplo, o atual vice-prefeito do Paes é o Nilton Caldeira, que, além de ser um dos fundadores do partido do Bolsonaro, é hoje presidente municipal do PL.

Em suas secretarias, Paes abrigou grupos políticos que são acusados de estarem ligados às milícias, como a turma da Lucinha e a turma do Brazão.

Recentemente, fechou contratos milionários com uma ONG de fachada ligada à milícia do Brazão. E participou junto com a Lucinha de reuniões para combinar formas de beneficiar grupos milicianos que exploram o transporte de vans na Zona Oeste. Para fechar aliança eleitoral com o Republicanos, Paes aprovou as contas da desastrosa gestão do Crivella, ignorando parecer do Tribunal de Contas do Município que aconselhava pela reprovação.

E até o mês passado, Paes tinha uma aliança firme com Eduardo Cunha, o arquiteto do golpe na Dilma. A parcela do orçamento municipal sob controle do Cunha chegou a ser maior do que a do PT.

Aliás, Paes tende a esconder o Lula de sua campanha. Na sua obsessão pelo poder, sua prioridade hoje são os votos conservadores. Enfim, somente nossa candidatura vai defender os valores, princípios e propostas do programa do Lula que foi vitorioso em 2022. O eleitor de esquerda já está reconhecendo isso.

5 - É possível uma chapa PSol/PT/PDT, com apoio do presidente Lula?

Tarcísio Motta - Estamos batalhando para isso. Queremos formar uma aliança programática com todos os movimentos e partidos progressistas que acreditam que outra cidade é possível. E essa aliança será construída em cima de um programa para o Rio.

Não na base do “toma-lá-dá-cá”. Estamos rodando todos os cantos da cidade e conversando com todos os setores. Tem muita gente boa fazendo muita coisa boa no Rio. O que falta é uma gestão municipal que dê ouvidos ao povo, escute as demandas de quem está sofrendo na ponta e valorize a diversidade carioca.

Nossa tarefa será juntar aquelas e aqueles que estão pensando soluções criativas para os problemas estruturais que afligem os cariocas. Por isso, nossa candidatura está priorizando a construção de uma frente popular e se esforçando para articular essa aliança programática com aqueles que defenderam o programa eleitoral do Lula que ganhou as eleições de 2022.

Somente nossa candidatura irá defender os princípios e valores que uniram os setores progressistas da cidade na última eleição contra o fascismo.

6 - O eleitor que votar em Eduardo Paes está escolhendo um projeto de governo ou elegendo Pedro Paulo para prefeito?

Tarcísio Motta - Paes é um candidato laranja. Todo mundo sabe que ele encara sua reeleição apenas como um trampolim para se candidatar a governador em 2026. É um projeto de poder, não um projeto de cidade. Hoje a prefeitura é um panfleto de sua campanha para governador.

Cargos são distribuídos e acordos são firmados apenas para selar sua vitória em 2026. O que preocupa o Paes não é o futuro da cidade, mas o futuro da sua carreira política.

Caso ele seja reeleito, seu plano é vampirizar a máquina da prefeitura para continuar mais um ano em campanha e, logo depois, deixar o que sobrar da cidade na mão do seu vice, que até as calçadas esburacadas da cidade sabem que será o Pedro Paulo. Votar no Paes significa apoiar o Pedro Paulo para prefeito.

E essa sua estratégia já é de conhecimento geral. É dita abertamente. Mas o carioca não é bobo. Ninguém quer comprar gato por lebre.

7 - Qual a mensagem de esperança para população do Rio?

Tarcísio Motta - O Rio merece muito mais do que tem hoje. Os cariocas merecem uma cidade mais justa, mais barata e mais segura, que respeita os trabalhadores. Eu não tenho medo de botar o dedo na ferida pra realmente corrigir o que tem que ser corrigido.

Como eu repito desde 2014, quando fui candidato a governador, eu tenho rabo-de-cavalo, mas não tenho rabo preso com banqueiro nem com miliciano. Meu compromisso é com o povo carioca, e não com a máfia que há décadas manda e desmanda no Rio.

Foi a turma do Paes e do Crivella que afundou a cidade e está muito claro que não vão ser eles a resolver os problemas que eles criaram.  Chegou a nossa vez. O Rio tem jeito e tem muita gente cheia de vontade de fazer isso acontecer.

Matéria: @fernandoannibolete

Foto: ASCOM Prof. Tarcísio Motta

Leia ainda: Eleições 2024: Tarcísio Motta, da sala de aula à Câmara - conheça as propostas do pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro em 1 hora de entrevista exclusiva

 

 

 

 

 

Por Jornal da República em 05/07/2024
Aguarde..