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Projeções de boca de urna apontaram para a vitória do Partido Socialista (PS), do primeiro-ministro António Costa, nas eleições gerais que escolheram a nova constituição do Parlamento de Portugal neste domingo (30/01).
Segundo pesquisas divulgadas pela imprensa portuguesa, o PS lidera com variação entre 37% e 42% dos votos. Se confirmado este resultado, a legenda deve seguir como o maior partido parlamentar, tendo margem para atingir a maioria absoluta dentro do Parlamento (116 deputados).
De acordo com a projeção da TV SIC, com a porcentagem do PS, a legenda consegue eleger entre 106 e 118 deputados. Já o Partido Social Democrata (PSD), de centro-direita, surge em segundo, com 26,9% a 30,9%.
Ainda conforme a TV SIC, a Iniciativa Liberal (IL) angariou o terceiro lugar, podendo obter 15 parlamentares. As pesquisas de outros veículos, como da RTP, também apontam para uma vitória do partido de Costa. No entanto, segundo o jornal Público, com 7,23%, o partido Chega, de extrema direita, ficou em terceiro lugar, enquanto o Bloco de Esquerda (BE) conquistou o quarto, com 3,99%.
Para o site Abril Abril, confirmando a maioria do PS, a legenda poderá fazer algumas opções, como formar uma nova coalizão progressista, propondo mudanças sociais e econômicas, ou um possível acordo com o PSD.
Em entrevista, a professora de Relações Internacionais na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Teresa Cravo falou sobre a possibilidade de uma "geringonça 2.0" em Portugal, tendo "contornos diferentes" e uma "plataforma de esquerda mais consistente".
"As últimas semanas colocam novamente essa solução em cima da mesa, sendo que terá necessariamente contornos diferentes e inteiramente dependentes da correlação de forças entre os três partidos que resultará das eleições. É nisto que o BE e o PCP estão apostando: que o voto nos respectivos partidos impeça a maioria absoluta do PS e, mantendo-o longe de uma solução ad hoc com partidos mais pequenos, António Costa se veja forçado a negociar uma plataforma de esquerda mais consistente", apontou.
Eleições antecipadas
Mais de 10 milhões de eleitores escolheram neste domingo os 230 deputados que compõem o Parlamento português.
As eleições foram convocadas pelo presidente Marcelo Rebelo de Sousa após a Assembleia da República rejeitar a proposta de orçamento apresentada pelo primeiro-ministro António Costa (Partido Socialista), quando, além da oposição direitista, o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português (PCP), votaram contra o orçamento. A rejeição significou, por isso, a implosão do esquema conhecido como "geringonça", que governou Portugal nos últimos seis anos.
Para que o texto fosse aprovado, eram necessários 116 votos, mas foi rejeitado por 117 deputados, contra 108 a favor e cinco abstenções.
De acordo com o CNE, todos os locais de votação foram "preparados" para evitar "condições favoráveis ao contágio" da covid-19. "Apesar de estas eleições ainda se realizarem no contexto da pandemia, estão reunidas todas as condições para que o voto seja exercido em absoluta segurança", disse a dirigente da comissão, Vera Penedo. (Do Ópera Mundi)
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