Projeto absurdo de extinção da Uerj chega à Assembleia Legislativa do Rio

André Ceciliano (PT), presidente da Casa, diz que não colocará texto em votação do projeto de autoria do deputado Anderson Moraes (PSL-RJ)

Projeto absurdo de extinção da Uerj chega à Assembleia Legislativa do Rio

DA REDAÇÃO - É sempre bom lembrar que em maio de 2019 o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou eufórico em evento nos Estados Unidos que “vou vender tudo, do Palácio Presidencial à casa onde eu deveria morar, tudo, tudo o que nós pudermos vender, a Petrobras, o Banco do Brasil até o último talher da casa do presidente de onde vamos tentar expulsá-lo de lá”, disse divertindo a plateia que, é claro, aplaudiu.

E foi seguindo esse script que o Diário Oficial do Rio de Janeiro publicou nesta quinta-feira (19), a tramitação, para comissões da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), do Projeto de Lei 4.673/21, de autoria do deputado Anderson Moraes (PSL-RJ), que propõe a inacreditável extinção da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e a transferência do seu patrimônio e alunos para a iniciativa privada, é lógico. Apesar de ser datado de maio passado, o projeto só foi publicado nesta quinta-feira (19) no Diário Oficial. 

A iniciativa escancara um dos pilares do governo de extrema-direita do presidente Jair Bolsonaro (Sem partido), que é a privatização da Educação e Saúde, que atiça o interesse de grupos privados das respectivas áreas, e a entrega como um todo da nossa soberania nacional através da venda das nossas riquezas materiais, como as empresas públicas e naturais, como as nossas terras.

O presidente da Alerj, André Ceciliano (PT) confirmou que o documento está no sistema da Casa, mas garantiu que a chance de ser colocado em votação, na sua gestão, é nula. "Enquanto eu for presidente, este é um debate que não vamos enfrentar", afirmou Ceciliano.

Em nota assinada pelo reitor Ricardo Lodi Ribeiro, a Uerj repudiou, mais uma vez, o projeto. “A proposta, tão inconstitucional quanto estapafúrdia, não merecerá apoio da esmagadora maioria da Alerj, que reconhece a importância da universidade para a população fluminense e brasileira, para a educação, a ciência e a tecnologia de nosso país, constituindo-se no maior projeto de inclusão social e na maior agência de políticas públicas do nosso estado”.

Na avaliação do reitor, a iniciativa não tem “qualquer compromisso com a democracia, com o progresso da ciência, com a educação”. A Uerj considera que a proposta está ligada a “interesses inconfessáveis”. A Uerj já está em articulação com o parlamento fluminense para abortar a proposta. “A Uerj não será extinta porque ela muda a vida das pessoas para sempre”, conclui a nota. (Com informações da Agência Brasil, foto: Rafael Wallace/Alerj)

 

Por Jornal da República em 21/08/2021
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