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Em negociação com o prefeito do Rio, Eduardo Paes ( PSD ), por uma aliança que contempla o partido com o posto de vice na sua chapa à reeleição em 2024, o PT já trabalha com um cenário de filiação do advogado Felipe Santa Cruz (PSD ) para apoiá-lo à vaga. O convite a Santa Cruz, hoje secretário municipal de Governo na gestão de Paes, partiu do vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá, influente no diretório estadual da sigla. Outras lideranças petistas no estado, embora priorizem alternativas caseiras, estão abertas ao diálogo com Santa Cruz e avaliam que o próprio prefeito tem feito gestos por uma composição mais palatável à esquerda.
A proposta de Paes e do PT faz parte de um esforço para agrupar partidos de base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva diante da concorrência do PSOL , que lançou o deputado federal Tarcísio Motta como pré-candidato à prefeitura. Tarcísio tem conversas desde setembro com caciques do PDT, PSB, PCdoB e do próprio PT, todos com membros da secretaria de Paes, de olho em cultivar dissidências na base do atual prefeito.
Além de ter uma aliança ampla, o que dificulta contemplar a todos, Paes deseja indicar um vício de seu grupo político mais próximo, o que também gera resistências. Aliados do prefeito consideram que o plano A é o deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ), correligionário de longa data. Porém, consideramos que, ciente das dificuldades para emplacar o parlamentar, Paes “colocou as reservas para aquecer”, na avaliação de um interlocutor.
Em outubro, o prefeito recriou a secretaria municipal de Governo para dar protagonismo a Santa Cruz em seu primeiro escalonamento. A estratégia lembra a adoção por Paes em 2015, quando nomeou Pedro Paulo em função semelhante antes de apontá-lo como candidato à sucessão no ano seguinte.
Diferentemente de Pedro Paulo, que sempre fez parte do grupo político de Paes, Santa Cruz já concorreu a vereador pelo PT e vem de uma família petista. Fora da vida partidária, presidiu a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de 2019 a 2022. Após deixar o posto, se filiou ao PSD um convite de Paes e concorreu como vice de Rodrigo Neves (PDT) ao governo.
Sem 'faca no pescoço'
Os interlocutores de Santa Cruz afirmam que ele se mostrou disposto a voltar ao PT para concorrer como vice, mas que a decisão cabe a Paes.
— Felipe seria um bom nome, já fiz o convite. Mas parceria não tem faca no pescoço. Tem conversa para que todos ganhem politicamente. Nossa parceria é para 2024 e para a reeleição de Lula e para eleger Eduardo ao governo do Rio em 2026 — afirmou Quaquá.
O PT quer definir a situação do Rio na sua conferência eleitoral nacional, no início de dezembro, em Brasília. O diretório municipal petista deve formalizar sua intenção de apoiar Paes e o desejo de compor a chapa, mas sem afunilar em um nome.
Isso porque, em que pese a simpatia por Santa Cruz, ainda há preferência por um petista “orgânico” de vice. Os secretários municipais Adilson Pires (Assistência Social) e Tainá de Paula (Meio Ambiente) estão cotados.
— Temos maioria a favor de uma aliança, mas resguardando o tamanho político do PT — disse o presidente do PT carioca, Tiago Santana.
Uma eventual formalização atrapalharia a costura de Tarcísio Motta, cujo partido, o PSOL, faz parte da base de Lula. Apoiado pelo deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), Tarcísio busca convencer a cúpula petista para não entrar de cabeça na campanha de Paes com outro aliado concorrendo.
As conversas do psolista com PDT e PSB também emperraram. As duas siglas priorizam redutos em outras capitais e grandes cidades, e avaliam compor com PSD e PT no Rio de olho em reciprocidade.
Com informações O Globo
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