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Em discurso no Instagram, o Pre-candidato a Prefeito do Rio de Janeiro, Ramagem, deixou claro que a gestão de Eduardo Paes não tem postura firme contra as ocupações irregulares e o transporte clandestino na cidade, assim sendo Ramagem sinalizou que não medirá esforços para combater esses problemas crônicos que afetam a qualidade de vida dos cariocas.
As ocupações irregulares e o transporte clandestino são chagas que corroem nossa cidade há décadas. Chegou a hora de dizer basta e agir com firmeza para restaurar a legalidade e a dignidade que o povo carioca merece, porém, Ramagem fez críticas a Paes, mas anunciou que medidas faria para fiscalizar e desmantelar ocupações irregulares, também não apresentou um plano de reestruturação do sistema de transporte público, com o objetivo de eliminar as vans e ônibus clandestinos que circulam pela cidade.
Ramagem também disse seguir Bolsonaro, porém, não explicou o que Bolsonaro fez para combater ocupações irregulares e transporte clandestino controlados pelas milícias no Rio, e nem informou o que Bolsonaro fez em 4 anos de governo para eliminar o que ele chama de facções criminosas, que todos conhecem como milícias e que cresceu 387% e virou a maior organização criminosa do Rio, com os números alarmantes: 74,2% das áreas de grupos armados, dominadas pelos milicianos no Rio de Janeiro.
Em estudo realizado pelo Grupo de Estudos de Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (GENI/UFF) e o Instituto Fogo Cruzado mostra um crescimento acentuado do domínio de territórios pelas milícias no Rio de Janeiro. Segundo os pesquisadores a ocupação dos territórios pelas milícias cresceu 387% em 16 anos.
A expansão das milícias no Rio de Janeiro tem se intensificado com a grave crise que o Estado enfrenta nos últimos anos. Após a eleição de Jair Bolsonaro, a ocupação dos territórios passou por uma nova e robusta expansão.
Segundo o estudo, mais de 4,4 milhões de moradores da região metropolitana do Rio estão sob controle de grupos armados, sejam eles milicianos ou traficantes. Os grupos milicianos detêm o controle de uma área onde vivem 1,7 milhão de pessoas.
Segundo o estudo a região sob o comando de grupos armados está dividida em 49,9% nas mãos da milícia; 40,3% no domínio do Comando Vermelho; 8,9% no controle do TCP e 1,1% sob poder do ADA.
Ao fim, as falsas políticas de segurança pública como o “atira na cabecinha”, as chacinas nas comunidades e a atuação do clã Bolsonaro pela liberação das armas servem para fortalecer as milícias e a ocupação dos territórios do Rio pelo crime organizado.
A Zona Oeste é apontada na pesquisa como berço dos grupos milicianos e cerca de 93% do território controlado por eles no Rio de Janeiro está nessa região do estado, segundo o levantamento.
“Cerca de 80% do crescimento da milícia vertiginoso das milícias se deu onde não havia controle territorial”, explica Daniel Hirata, sociólogo do GENI/UFF.
A Zona Oeste é também a sede política dos Bolsonaro. É inclusive nesta região onde está localizado o condomínio “Viviendas da Barra”, onde residem os familiares do presidente e onde vivia o miliciano Ronnie Lessa, assassino da vereadora Marielle Franco.
O novo Mapa dos Grupos Armados, em uma parceria do Instituto Fogo Cruzado com o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos, da Universidade Federal Fluminense (GENI-UFF), mostrou que 10,0% de toda a área territorial do Grande Rio está sob domínio das milícias.
Na capital fluminense, os números são ainda mais alarmantes: 74,2% das áreas de grupos armados são dominadas pela milícia. Ou seja, praticamente 3 em cada 4 áreas controladas por criminosos no município está sob o domínio da milícia. Em relação ao território inteiro da cidade, 30% é controlado por algum grupo armado.
Portanto, as milícias são as principais responsáveis por esse aumento de áreas sob domínio de grupos armados e, por esse motivo, se tornaram a principal ameaça à segurança pública no território.
O levantamento também mostra que os grupos paramilitares se concentram na Zona Oeste do Rio, seguida pela Zona Norte.
“As bases econômicas da milícia e as bases da sustentação política têm a ver com a conivência e participação direta ou indireta de agentes públicos que favorecem as milícias. No caso da capital, a Zona Oeste é uma zona homogeneamente miliciana. Você tem um controle alto, constante e bastante consolidado. As milícias atuam criando corredores logísticos ali”, disse Daniel Hirata, professor de sociologia e coordenador do Geni/UFF.
O levantamento analisou mais de 689.933 mil denúncias do portal do Disque Denúncia que mencionavam milícias ou tráfico de drogas entre 2006 e 2021 para fazer o mapa de avanço dos domínios territoriais.
Outrossim, Ramagem também não descreveu como vai oferecer alternativas habitacionais dignas para as famílias que vivem em áreas de risco e de criar oportunidades de formalização para os trabalhadores do transporte alternativo, pois não se trata apenas de reprimir, mas também de incluir e dar condições para que essas pessoas possam se integrar à cidade formal.
Porém, a postura firme de Ramagem foi recebida com entusiasmo por parte da população, que há muito clama por medidas efetivas para solucionar esses problemas, restando agora, não só criticar, mas dizer claramente o que fará e como fará para solucionar. No entanto, alguns setores da sociedade civil expressaram preocupação com a possibilidade de ações truculentas e desrespeito aos direitos humanos nas operações de remoção e fiscalização.
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