Recreio, no Rio, convive com 'narcomilícia' e vê alta de 218% em mortes violentas

Região que atraiu quem buscava tranquilidade nos anos 1990 vê índices de violência crescerem. Milicianos já atuam além da comunidade do Terreirão.

 Recreio, no Rio, convive com 'narcomilícia' e vê alta de 218% em mortes violentas

A ação da milícia e do tráfico mudou a rotina do Recreio dos Bandeirantes. Um dos bairros litorâneos da Zona Oeste do Rio de Janeiro se tornou destino para muita gente que buscava sossego nos anos 1990, mas hoje vê índices de violência dispararem.

A letalidade violenta (homicídio doloso, lesão seguida de morte, latrocínio e morte pela polícia) no bairro, por exemplo, teve 218% de alta de 2022 para 2023, segundo registros da 42ª DP (Recreio).

Investigações apontam que na região da comunidade do Terreirão já existe a chamada narcomilícia. Milicianos e traficantes dividem território: a milicia de Zinho atua durante o dia, e os traficantes do Comando Vermelho, à noite.

Zinho é tio de Matheus Resende, o Faustão, morto em operação policial. Em represália à morte dele, ataques de milicianos destruíram 35 ônibus na Zona Oeste do Rio.

Bairro bucólico vê mudanças

Recreio dos Bandeirantes tem prédios baixos à beira-mar — Foto: Reprodução/TV Globo

Recreio dos Bandeirantes tem prédios baixos à beira-mar — Foto: Reprodução/TV Globo

A praia, o aspecto bucólico e uma orla com prédios baixos, como em cidades litorâneas fora da capital fluminense, levaram o Recreio a se tornar uma opção para moradores que viam na Zona Oeste um lugar tranquilo para viver com a família, nos anos 1990.

A realidade é muito distante da vivenciada hoje. Moradores do bairro vivem num clima de insegurança, e muitos já pensam em deixar os imóveis.

O cenário de terror desta segunda-feira (23) na Zona Oeste, quando passageiros foram retirados de coletivos que foram parados por milicianos e incendiados, não deixa dúvidas: a milícia é realidade no novo cenário do Recreio.

Na Avenida Benvindo de Morais, passageiros em desespero fugiram do BRT, que era incendiado. Outro ônibus foi queimado ao lado da estação Notre Dame.

Esses são sinais da proximidade de milicianos, que incendiaram transportes por oito bairros da Zona Oeste.

Com informações G1

Por Jornal da República em 25/10/2023
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