Redes sociais e smartphones: Três sintomas que podem indicar prejuízos à saúde mental

Com as pessoas cada vez mais conectadas pela tecnologia, o uso excessivo é uma armadilha que causa dependência, comprometendo o rendimento no trabalho e a vida social

Redes sociais e smartphones: Três sintomas que podem indicar prejuízos à saúde mental

A tecnologia ganhou espaço em nossas vidas de uma maneira significativa, seja como agente facilitador ou até mesmo como plataforma de entretenimento. Hoje, o uso de smartphones se tornou tão normalizado que cada vez mais adultos e até mesmo crianças fazem o uso dessa tecnologia de forma irrestrita sem levar em conta os seus impactos. 

As plataformas que seduzem neste veículo de massa são as redes sociais e os jogos, que transportam os usuários para mundos imaginários e paralelos. 

Há um lado invisível aos olhos do internauta: o uso abusivo desta ferramenta pode comprometer os relacionamentos pessoais, sociais, familiares e atividades diárias de um indivíduo. 

Este comportamento disfuncional pode levá-lo a uma dependência, fazendo com que desenvolva não só a nomofobia, denominação para o medo irracional de ficar sem o celular, mas também podem provocar outras doenças graves como o comprometimento cognitivo e a depressão. 

Quais os sinais que devem ser observados para distinguir quando a tecnologia deixa de ser um agente facilitador para se transformar em uma ameaça? 

Três efeitos da dependência do celular

1- Diminuição na capacidade de concentração

A dinâmica do ambiente virtual vem acompanhada por diversos estímulos simultaneamente: imagens, sons gráficos, vídeos e inúmeros formatos de recursos para captar e reter a atenção. Esses recursos podem gerar uma sobrecarga mental, pois o cérebro não consegue captar esta infinidade de estímulos por muito tempo. Esta tentativa faz com que o cérebro comece a desenvolver o hábito de manter apenas curtos períodos de foco. 

Com o tempo, este novo hábito não se mantém apenas no mundo virtual. O indivíduo pode desenvolver déficit de atenção pela hiperconectividade

2- Dificuldade em estabelecer vínculos afetivos duradouros

Ao mesmo tempo em que ocorre esse universo constante de comunicação virtual, surgem também como consequência os relacionamentos que possuem pouca ou nenhuma duração, assim como as informações e interações através da internet. Tudo isso é valorizado da mesma forma que é construído nas redes. 

Desse modo, mesmo que alguém possua uma agenda virtual repleta de contatos e 5 mil amigos em uma determinada rede social, é incapaz de estabelecer relacionamentos duradouros na vida real, que não possuem as mesmas exigências de substituir coisas, informações e pessoas e torná-las obsoletas no momento em que deixam de agradar.

3 – Esgotamento psicológico

Essa sobrecarga de estímulos, pode ocasionar um cansaço excessivo devido ao acesso constante a informações, muitas vezes negativas. Com a velocidade e o volume das informações disponíveis, nem sempre verdadeiras (principalmente, nas redes sociais), as pessoas tendem a ficar saturadas de informações, podendo levar a um esgotamento psicológico ou a devaneios paranoicos.

Essa sobrecarga está principalmente relacionada ao excesso de estímulos, já que a mente não tem a oportunidade de descansar. Notícias aparentemente boas, conteúdos agradáveis, também podem sobrecarregar o cérebro. Afinal, tudo o que é excessivo é prejudicial, especialmente se consumido em um curto espaço de tempo.

A hora de procurar tratamento

Se você sofre ou conhece alguém que possui algumas dessas ou outras características, procure ajuda profissional. O acompanhamento psicológico é imprescindível, pois o psicólogo além de investigar as raízes do dilema, também irá elaborar estratégias para encerrar esta dependência.

É preciso desvincular a ideia positiva que o vício traz consigo. Com esse intuito, o psicólogo empregará diversos métodos para alcançar esse objetivo. Além disso, abordará os efeitos gerados pela dependência, como a depressão, ansiedade, baixa autoestima e outras ramificações psicológicas acarretadas pelo vício.

*Sobre a autora: Karoline Barbosa é psicóloga formada pelo Instituto Nossa Senhora Auxiliadora (Isecensa), e pós-graduanda em Terapia Cognitivo-comportamental pela PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul)

Por Jornal da República em 04/02/2024
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