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Uma rede articulada de líderes do agronegócio, reunida sob o guarda-chuva do Movimento Brasil Verde e Amarelo (MBVA), foi desvendada em um relatório explosivo revelando os intricados passos que culminaram na tentativa de um golpe no dia 8 de janeiro de 2023. Este grupo, formado por integrantes influentes e financeiramente poderosos, tem sido um dos principais motores por trás dos atos antidemocráticos e das ações de contestação do resultado eleitoral.
O relatório, fruto de investigações oficiais, expõe a origem do MBVA, cuja semente foi plantada em Brasília no ano de 2018, coincidindo com a eleição vencida por Jair Bolsonaro. Associações poderosas do agronegócio, como a Andaterra e a Aprosoja, estiveram diretamente envolvidas na fundação desse grupo, que desde então tem sido uma voz ativa nas manifestações pró-Bolsonaro e nas mobilizações que visavam desestabilizar a ordem democrática.
Os Líderes do Movimento
Os principais arquitetos desse movimento incluem nomes como Antônio Galvan, identificado como o "general" do grupo, e Jeferson da Rocha, um ideólogo radical que mantém laços com grupos extremistas. Além deles, figuras como Vitor Geraldo Gaiardo, Humberto Falcão, Luciano Jayme Guimarães e outros têm desempenhado papéis de destaque nessa engrenagem.
Estratégias de Influência e Ação
O MBVA, apesar de se apresentar como representante do agronegócio, ocupa uma posição política secundária no setor, tendo desavenças com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Esse descompasso levou o grupo a se alinhar fortemente ao governo, defendendo a intervenção militar e o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF). Contudo, essa postura provocou choques com grupos mais hegemônicos do agronegócio, como evidenciado em uma carta da Associação Brasileira de Agronegócio (ABAG) criticando a imagem internacional do país durante o governo Bolsonaro.
O Golpe em Ação
As investidas do MBVA não foram pontuais. Desde 2019, o grupo organizou e apoiou uma série de manifestações e ações de apoio a Bolsonaro, culminando nas mobilizações que tentavam contestar o resultado eleitoral de 2022. Lideranças do movimento estiveram envolvidas diretamente em bloqueios, protestos e mobilizações, movimentando recursos e influência para manter uma pressão contínua sobre o sistema democrático.
O Ato de 8 de Janeiro de 2023
O ápice desse movimento foi a tentativa de reavivar a contestação do resultado eleitoral, com bloqueios por todo o país e uma grande mobilização em Brasília. O objetivo era reverter o esvaziamento do acampamento em frente ao Quartel-General do Exército, planejando-se, inclusive, a invasão do Congresso Nacional.
A Obscurecida Fonte de Financiamento
O relatório revela que mais de cem ônibus foram contratados para transportar milhares de pessoas até a capital nesse período crítico. A complexa estrutura de financiamento, envolvendo até financiamentos coletivos e possíveis "laranjas", evidencia a tentativa de ocultar os verdadeiros financiadores por trás dessas caravanas.
O MBVA, com sua capacidade de mobilização nacional, continua sendo uma força ativa que representa uma ameaça real à estabilidade democrática. Suas raízes profundas no agronegócio e sua habilidade de mover recursos e influenciar massas mostram a persistência de uma tentativa de golpe que exige vigilância e resposta por parte das instituições democráticas do país.
Fonte: Brasil247
Por Jéssica Porto
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