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Todo jogador profissional corre um risco invisível que não está nos gramados: perder boa parte do que conquistou ao longo da carreira por falta de planejamento jurídico. Muitos acumulam fortuna durante os anos de atividade, mas, ao se aposentarem, enfrentam um cenário de vulnerabilidade financeira, resultado de relações mal resolvidas, uniões informais e a ausência de proteção patrimonial. Essa realidade comum, mas ainda pouco discutida, agora tem um nome disposto a mudar o jogo: Renata Mansur.
Presidente da OAB Barra da Tijuca e ex-presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol do Estado do Rio de Janeiro (TJD-RJ), a advogada vem se consolidando como referência em uma especialidade essencial, mas negligenciada no meio esportivo: a proteção jurídica do patrimônio dos atletas.
Com atuação reconhecida em casos complexos e sensibilidade para questões que extrapolam os limites do campo, Renata oferece soluções jurídicas sob medida para atletas que desejam blindar seus bens, independentemente do estado civil. “O atleta precisa entender que seu patrimônio é resultado de anos de esforço. Ele precisa estar protegido - inclusive de situações que ele nem imagina que possam acontecer”, afirma.
Em 2024, contratos de namoro bateram recorde no Brasil. O crescimento acompanha o aumento de processos judiciais em que ex-namoradas e noivas alegam união estável para pleitear divisão de bens, mesmo sem casamento formalizado ou convivência constante.
Casos assim têm se tornado frequentes também no futebol, onde a ausência de documentação clara pode levar a litígios com impacto financeiro considerável. A adoção de instrumentos como contratos de namoro ou de convivência evita alegações de união estável e protege o patrimônio do atleta.
“O jogador muitas vezes casa, separa, casa de novo, tem filhos de relacionamentos diferentes e, quando a carreira termina, ele descobre que está financeiramente vulnerável. O que proponho é planejamento, prevenção. Um trabalho de bastidor que garante segurança a quem já tem pressão demais em campo”, diz Renata.
A advogada também orienta atletas solteiros, que frequentemente se tornam alvos de ações judiciais após relacionamentos informais. A formalização de um contrato de namoro ou noivado tem se mostrado uma ferramenta jurídica eficaz para impedir alegações futuras de convivência marital.
O alerta de Renata encontra respaldo em exemplos de atletas que se anteciparam ao problema. Neymar, por exemplo, tem seu patrimônio empresarial completamente protegido por meio de estruturas jurídicas e empresariais que garantem blindagem patrimonial, independentemente de suas relações pessoais. O craque é um dos poucos jogadores brasileiros que tratam esse tema com a seriedade necessária desde cedo.
Para Renata, a ausência de profissionais especializados nesse tipo de proteção nos staffs esportivos é uma lacuna que precisa ser preenchida com urgência. “O futebol precisa entender que proteger o jogador fora de campo é tão importante quanto protegê-lo dentro dele”, afirma.
Seu trabalho, que já despertou o interesse de empresários e agentes do setor, inclui também ações educativas com atletas em início de carreira, reforçando a importância de prevenção jurídica como parte da gestão da carreira.
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