Renato Gaúcho novo técnico do Flamengo

Renato Gaúcho novo técnico do Flamengo

O Flamengo anunciou neste sábado (10) que Renato Gaúcho é o novo técnico do time. Mais cedo, o time havia anunciado a saída do técnico Rogério Ceni.

"O Clube de Regatas do Flamengo informa que não continuará com Rogério Ceni à frente do time principal. O Clube agradece pelos serviços prestados e deseja sucesso nos próximos desafios. No jogo contra a Chapecoense, a equipe será comandada por Maurício Souza".

Renato Gaúcho é considerado um dos maiores pontas mundiais dos anos 1980, sendo também cunhado pela imprensa como Rei do Rio, além de ser amplamente considerado o maior jogador da história do Grêmio, tendo sido campeão da Copa Libertadores da América e da Copa Intercontinental em 1983 pelo Tricolor Gaúcho.

Como treinador do Grêmio, foi campeão da Copa do Brasil em 2016, da Copa Libertadores da América em 2017 e da Recopa Sul-Americana em 2018. Ao conquistar a competição continental em 2017, Renato entrou para o seleto grupo de pessoas que conquistaram a Copa Libertadores da América como jogador e também como treinador, sendo o primeiro brasileiro a conseguir tal feito. Em 2019, tornou-se o técnico com trabalho mais longevo no futebol Brasileiro. É um dos treinadores mais vitoriosos da história do Grêmio e, desde 2020, o treinador que mais vezes comandou o time ao longo da história do clube.

Renato começou a sua carreira no Esportivo, onde vivia atrás de um senhor chamado Antônio Costa para conseguir um lugar no time da cidade de Bento Gonçalves, onde morou durante toda sua infância e juventude.

Grêmio

Mais tarde, foi contratado pelo Grêmio, clube que o projetou para o Brasil e para o mundo, após as conquistas da Taça Libertadores da América e da Copa Intercontinental, ambos em 1983.

Na decisão do Intercontinental, em Tóquio, Renato fez os dois gols da vitória gremista por 2 a 1 sobre o Hamburgo, da Alemanha. O atacante foi escolhido o melhor jogador da final, recebendo como prêmio um carro Toyota.

Depois do Intercontinental, Renato levou o Grêmio ao bicampeonato gaúcho em 1985 e 1986. Após uma excelente campanha nas Eliminatórias, foi convocado para a Copa do Mundo FIFA de 1986, mas durante os preparativos para a competição foi cortado pelo técnico Telê Santana, por indisciplina, e acabou de fora do grupo que viajou até o México.

Flamengo

Em 1987, Renato acertou sua ida para o Flamengo, onde veio a formar uma grande dupla de ataque com Bebeto. Renato ganhou a simpatia da torcida rubro-negra após marcar contra o Atlético Mineiro, no Mineirão, o gol que garantiu a classificação para a final da Copa União (um dos módulos do Campeonato Brasileiro daquele ano), contra o Internacional. Renato foi eleito o melhor jogador do Brasileirão de 1987, recebendo a Bola de Ouro da revista Placar.

Roma

Trocou o Rio de Janeiro pela Itália em meados de 1988, onde foi jogar pela Roma, por 2,7 milhões de dólares. A chegada de Renato ao futebol italiano foi cercada de expectativa: o treinador Nils Liedholm comparou Renato com o craque holandês Ruud Gullit, afirmando que Renato era o "Gullit branco".

Retorno ao Flamengo

Retornou ao rubro-negro já no ano seguinte. Atuando ao lado de Bobô e Gaúcho, Renato sagrou-se campeão da Copa do Brasil de 1990.

Também em 1990 foi convocado para ir à Copa do Mundo da Itália. No entanto, na Seleção de Sebastião Lazaroni, Renato foi reserva de Careca e Müller. Entrou contra a Argentina, nas oitavas-de-final, mas o Brasil não conseguiu reverter o placar adverso de um a zero e acabou eliminado.

Botafogo

Em 1991, após tentativa frustrada de renovação do seu contrato, Renato trocou o Flamengo pelo rival Botafogo por uma quantia de 450 mil dólares. Durante a sua passagem pelo clube de General Severiano, Renato colecionou polêmicas, numa delas, logo após fazer um decepcionante Brasileirão de 1991, e começar muito bem o Campeonato Carioca de 1991, aceitou uma proposta de empréstimo do Grêmio em meio ao torneio, disputado no segundo semestre daquele ano.

Após os 3 meses de empréstimo, Renato retornou ao Botafogo em janeiro de 1992, integrando a boa equipe alvinegra, que fez uma impecável primeira fase e chegou como franca favorita às finais do Brasileirão de 1992. O adversário do Botafogo naquela final foi um velho conhecido, o Flamengo, com craques como Júnior, Djalminha, Marcelinho, Zinho, entre outros, haja vista que o Glorioso tinha nomes como Márcio Santos, Carlos Alberto Santos, Carlos Alberto Dias e Valdeir, além de Renato.

O Flamengo goleou o Botafogo por três a zero na primeira partida. No dia seguinte àquela partida, Renato compareceu ao churrasco comemorativo do Flamengo, na casa do amigo Gaúcho. O incidente repercutiu nos jornais e na televisão do Rio, gerando desconforto na sede do Botafogo. Isso ocasionou o sumário afastamento de Renato. Na partida de volta, o Botafogo conseguiu um empate com o Flamengo e, em consequência com desvantagem de três gols, perdeu o título para o rival.

Cruzeiro

Depois de sua saída do Botafogo, Renato foi para o Cruzeiro, onde ajudou o time mineiro nas conquistas do Campeonato Mineiro e da Supercopa Sul-Americana, ambos em 1992. Sua passagem pelo time estrelado foi rápida, mas extremamente marcante. No jogo Cruzeiro 8–0 Atlético Nacional-COL, válido pela Supercopa Sul-Americana, pela primeira vez em sua carreira, Renato marcou cinco gols em uma só partida. Num deles o atacante completou a bola para as redes sentando no gramado. A goleada foi a maior da história do Cruzeiro em competições internacionais. O camisa 7 foi o artilheiro da competição, com seis gols.

Fluminense

Após passar por Flamengo e Atlético-MG, Renato chegou ao Fluminense em 1995. No Campeonato Carioca desse mesmo ano, Fluminense e Flamengo chegaram à última rodada do octogonal final como os únicos com chance de conquista do título. Apesar de terminar o primeiro tempo em vantagem, o tricolor teve jogadores expulsos, o que permitiu a reação e o empate rubro-negro em 2 a 2, resultado que daria o título ao clube da Gávea. Entretanto, faltando quatro minutos para o final da partida, Aílton fez boa jogada e bateu para o gol. A bola escorou na barriga de Renato e tomou a direção do gol. Com o resultado de 3–2, o título ficou com o Fluminense e a jogada, conhecida como o gol de barriga.

Mais tarde, naquele ano, Renato colaborou para a chegada do Fluminense às semifinais do Brasileirão. Porém, em 1996, o Fluminense fez péssima campanha no Campeonato Brasileiro. Nas últimas rodadas, quando o time lutava contra o rebaixamento, Renato transmitiu confiança à torcida declarando publicamente que desfilaria nu caso o Fluminense jogasse na Série B no ano seguinte. Mas as palavras do craque não foram suficientes e, por fim, o Fluminense terminou o campeonato na penúltima posição. Renato não cumpriu a promessa; anos depois, bem-humorado, frisou que, de fato, o Fluminense não jogou na Série B em 1997, pois houve uma virada de mesa, referindo-se Caso Ivens Mendes.

Flamengo, Bangu e aposentadoria

Em 1997, Renato voltou a jogar novamente no Flamengo. Em 1999, o Bangu o contratou, na esperança de manter uma escrita: ter sido campeão estadual em anos múltiplos de 33 (havia sido em 1933 e 1966). Todavia, o Alvirrubro ficou em penúltimo, e Renato decidiu aposentar-se ali mesmo para fazer faculdade de Educação Física.

Carreira como técnico

Início da carreira

A primeira experiência de Renato como treinador aconteceu em 1996, quando ainda era jogador do Fluminense. Na luta contra o rebaixamento, o tricolor carioca, por duas vezes, chegou a usar Renato como jogador-treinador.

Mais tarde, após sua retirada dos gramados, Renato iniciou a carreira de treinador no Madureira. Ficou neste clube por dois anos, ganhando experiência na nova função.

Em setembro de 2002, Renato teve outra oportunidade como técnico, quando voltou a exercer o comando da equipe do Fluminense. Deixou o cargo quase um ano depois, em julho de 2003. Porém, poucos meses depois, entre outubro e dezembro daquele ano, teve nova passagem pelo clube carioca. Depois de sua saída do Fluminense, Renato ficou desempregado durante o ano de 2004.

Passagem pelo Vasco da Gama

Em 2005, o Vasco da Gama, clube que Renato nunca chegara a vestir a camisa como jogador, contratou-o como técnico. No Vasco, Renato conseguiu, definitivamente, solidificar sua carreira como treinador. Conseguiu levar sua equipe ao vice-campeonato da Copa do Brasil de 2006 e ao sexto lugar do Brasileirão do mesmo ano, sendo eleito o segundo melhor técnico do Brasil, pela votação da CBF. Depois de não conseguir levar o Vasco às finais do Estadual de 2007, foi demitido e acabou regressando ao Fluminense.

Retorno ao Fluminense

Na nova passagem pelo tricolor carioca, chegou novamente às finais da Copa do Brasil. Após o empate no primeiro jogo por 1 a 1, realizado no Maracanã, o Fluminense foi até Santa Catarina e derrotou o Figueirense por 1 a 0. Com isso, a Copa do Brasil de 2007 tornou-se o primeiro título na carreira de Renato como treinador. Com a conquista da Copa do Brasil, o Fluminense garantiu uma vaga para a Copa Libertadores da América de 2008, a primeira oportunidade de Renato disputar esta competição como treinador.

Nessa competição, o Fluminense conseguiu uma classificação contra o São Paulo de Muricy Ramalho, vencendo por 3 a 1 a equipe paulista e levando o Fluminense a uma inédita semifinal da Libertadores, com um gol do atacante Washington nos acréscimos do segundo tempo, de cabeça, em jogada treinada à exaustão pela equipe. Já nas semifinais, o Fluminense eliminou o poderoso Boca Juniors (empate por 2 a 2, em La Bombonera, e vitória por 3 a 1 no Maracanã), classificando o Tricolor para a inédita final, e escrevendo seu nome na história do clube.

Na decisão, foi derrotado pela LDU Quito do Equador, no primeiro jogo, em Quito, por 4 a 2. Para o jogo de volta, Renato deu declarações provocativas, convocando o torcedor tricolor ao Maracanã e dizendo que, com a vitória, seu time iria "brincar no Brasileiro". De fato o Fluminense reagiu e chegou ao empate (no placar agregado) por 5 a 5, porém perdeu o título nos pênaltis graças às defesas do goleiro equatoriano José Francisco Cevallos.

Após a derrota do Fluminense para o Ipatinga em Minas Gerais, ambos nas últimas posições do Campeonato Brasileiro, Renato foi demitido na chegada da delegação ao Rio de Janeiro, ainda no Aeroporto Santos Dumont na madrugada de 11 de agosto de 2008.

Bahia e Grêmio

Já no dia 13 de dezembro de 2009, foi anunciado como novo treinador do Bahia para a temporada de 2010. Por lá, estava fazendo uma boa campanha no Campeonato Brasileiro da Série B de 2010, tendo deixado o Bahia em sexto lugar.

Logo que entrou, mudou o esquema tático da equipe, ajudando-a a dar um "salto" da zona de rebaixamento para o quarto lugar na classificação final (que, com a ajuda do Goiás, derrotado na final da Copa Sul-Americana, garantiu uma vaga para a repescagem da Copa Libertadores da América de 2011), com a melhor campanha no returno da competição. Consequentemente, foi um dos indicados ao prêmio de melhor treinador.

Retorno ao Grêmio e títulos

No dia 18 de setembro de 2016, acertou seu retorno ao Grêmio, sendo sua terceira passagem pelo clube gaúcho.

Já no dia 7 de dezembro de 2016, foi pentacampeão da Copa do Brasil com o Grêmio após vencer o Atlético Mineiro por 3 a 1 no primeiro jogo, e no segundo empatar em 1 a 1. Na ocasião, ficou marcado como o treinador que conseguiu dar fim ao jejum de 15 anos sem títulos de expressão nacional do Grêmio. Antes daquela edição da Copa do Brasil, o último título do clube porto-alegrense havia sido o Campeonato Gaúcho de 2010.

Em 2017 viveu o grande momento da sua carreira como treinador ao conquistar a Copa Libertadores da América. Nos dois jogos da grande final, o Grêmio foi superior contra o Lanús em ambos: no primeiro, disputado na Arena do Grêmio, triunfo por um a zero com gol de Cícero. Já no segundo, realizado no Estádio Ciudad de Lanús, vitória por dois a um (gols de Fernandinho e Luan).

Além desses títulos, Renato conquistou também o bicampeonato da Recopa Sul-Americana do Grêmio. Os dois jogos contra o Independiente terminaram empatados, o primeiro, na Argentina, terminou 1 a 1, com gols de Luan (Grêmio) e Cortez (Gol contra-Independiente), o segundo jogo, na Arena do Grêmio terminou em 0 a 0, com o Grêmio ganhador nos pênaltis por 5 a 4, graças a uma defesa de Marcelo Grohe na última cobrança do clube argentino.

Em 14 de abril de 2021, o Grêmio foi eliminado na fase preliminar da Libertadores, antes da fase grupos, ao perder para o Independiente del Valle por quatro a dois no placar agregado. Foi a pior participação do clube na história da competição.No dia seguinte, Renato Portaluppi deixou o clube após pedir demissão, embora não tivesse treinado a equipe no jogo anterior, por estar com COVID-19. Na passagem, o técnico ficou quatro anos e meio no Grêmio, tendo vencido a Copa do Brasil de 2016, a Copa Libertadores de 2017, a Recopa Sul-Americana de 2018, os Campeonatos Gaúchos de 2018, 2019 e 2020 e a Recopa Gaúcha de 2019.

Flamengo

Em 10 de julho, Renato foi anunciado como novo treinador do Flamengo, em substituição à Rogério Ceni.

Títulos

Como jogador

Grêmio

Copa Intercontinental: 1983

Copa Libertadores da América: 1983

Campeonato Gaúcho: 1985, 1986

Copa Los Angeles: 1983

Troféu CEL: 1983

Torneio de Rotterdam: 1985

Troféu Cidade de Palma de Mallorca: 1985

Troféu Sesquicentenário da Revolução Farroupilha: 1985

Copa Phillips: 1986

Flamengo

Copa União (Módulo Verde): 1987

Taça Guanabara: 1988

Copa do Brasil: 1990

Torneio Air Gabon: 1987

Torneio Internacional de Angola: 1987

Copa do Porto de Hamburgo: 1989

Copa Marlboro: 1990

Cruzeiro

Supercopa Libertadores: 1992

Campeonato Mineiro: 1992

Fluminense

Campeonato Carioca: 1995

Seleção Brasileira

Copa América: 1989

Como técnico

Fluminense

Copa do Brasil: 2007

Grêmio

Copa do Brasil: 2016

Copa Libertadores da América: 2017

Recopa Sul-Americana: 2018

Campeonato Gaúcho: 2018, 2019, 2020

Recopa Gaúcha: 2019

Campanhas de destaque

Vasco

Copa do Brasil: 2006 (vice-campeão)

Fluminense

Copa Libertadores da América: 2008 (vice-campeão)

Grêmio

Campeonato Brasileiro: 2013 (vice-campeão)

Copa do Mundo de Clubes da FIFA: 2017 (vice-campeão)

Futevôlei

II Mundial de Futevôlei 4 por 4: 2012 e 2013

Artilharias

Copa Intercontinental: 1983

Supercopa Libertadores: 1992

Prêmios individuais

Como jogador

Melhor Jogador da final da Copa Intercontinental: 1983

7º Melhor jogador do Mundo "World Soccer": 1984

9º Melhor jogador Sul-americano do ano pelo jornal El Mundo: 1985

Bola de Ouro da Revista Placar: 1987

Bola de Prata da Revista Placar: 1984, 1987, 1990, 1992, 1995

Como técnico

Melhor treinador da Copa Libertadores: 2017

Prêmio Goal Brasil - Melhor Treinador: 2017

Incluso na Lista de 50 Melhores Treinadores do Mundo em 2017 (Club World Ranking)[56]

2° Melhor Treinador do Mundo em 2018 (Club World Ranking)

Seleção do Campeonato Gaúcho (Melhor técnico): 2018, 2019

Fonte: wikipedia

Por Jornal da República em 10/07/2021
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