Requião Entra na Justiça para Reverter Privatização da Eletrobras: 'Estamos Sendo Roubados'

Requião Entra na Justiça para Reverter Privatização da Eletrobras: 'Estamos Sendo Roubados'

  O ex-governador do Paraná, Roberto Requião, protocolou uma ação popular na 2ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba, buscando reverter a privatização da Eletrobras, realizada durante o governo Bolsonaro. Requião acusa o ex-ministro da Fazenda, Paulo Guedes, de conduzir uma operação que teria lesado o governo de forma "brutal".

Durante uma transmissão ao vivo pelo canal Brasil 247, Requião afirmou que a privatização reduziu a participação acionária do governo de 65% para 43%, sendo que deste total, o direito de voto foi drasticamente diminuído devido a modificações estatutárias promovidas pelo Conselho de Administração da empresa. Segundo Requião, essas mudanças beneficiam acionistas privados, como o grupo 3G de Jorge Paulo Lemann, que possui apenas 0,02% das ações ordinárias, mas conseguiu indicar quatro dos nove membros do Conselho de Administração.

Requião destacou que as ações ordinárias da União remuneram significativamente menos que as preferenciais, recebendo apenas 40 centavos por ação, em contraste com os R$ 1,80 a R$ 2,40 pagos aos acionistas preferenciais. Para ele, isso representa um "absurdo completo" e um prejuízo imenso ao patrimônio público. Ele também criticou os altos salários dos executivos e conselheiros da Eletrobras, que chegam a 680 mil reais mensais.

A ação visa uma medida cautelar para suspender todos os efeitos da privatização até o julgamento final. Requião escolheu a Vara de Curitiba como forma de demonstrar que o Judiciário local pode atuar de maneira imparcial, diferente da imagem associada à Operação Lava Jato.

O ex-governador argumenta que a privatização da Eletrobras representa não apenas um roubo, mas também uma ameaça à soberania nacional, já que a empresa é responsável por 30% da energia consumida no Brasil. Ele comparou a situação com outros países, onde a maioria das empresas de geração de energia é estatal, como na China (100%), Estados Unidos (75%), e Canadá (87%).

Requião propõe uma mobilização social para reverter a privatização e defende que a Eletrobras deveria ser 100% pública. Ele acredita que a ação popular poderá gerar uma conscientização maior no Congresso Nacional, essencial para aprovar uma possível medida provisória que reestatize a empresa. O deputado federal Bohn Gass, autor de uma emenda para restabelecer o poder de voto da União na Eletrobras, expressou apoio à ação de Requião e destacou seu potencial de mobilização popular.

Em resposta às alegações de Requião, a assessoria de Jorge Paulo Lemann afirmou que ele não é acionista da Eletrobras e não está envolvido na administração da empresa.

Requião, que recentemente deixou o PT, mas mantém alinhamento com algumas de suas causas, promete continuar a lutar pela reestatização da Eletrobras, tornando essa questão uma das suas principais bandeiras políticas. "O povo tem que saber que foi lesado", concluiu.

Fonte: Brasil247

 

 

 

Por Jornal da República em 15/05/2024
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