Ricardo da Karol, ex-deputado do PDT de Brizola, se junta a Bolsonarista para disputar Magé contra família Cozzolino

Controvérsias e Alianças Inusitadas: A Disputa Pelo Poder em Magé Sob a Sombra de Agrotóxicos e Bolsonarismo

Ricardo da Karol, ex-deputado do PDT de Brizola, se junta a Bolsonarista para disputar Magé contra família Cozzolino

Em uma reviravolta política que desafia as convenções, a cidade de Magé, situada na Baixada Fluminense, torna-se o epicentro de uma narrativa que entrelaça passado e presente, tradição e mudança. A decisão dos bolsonaristas de apoiar Ricardo da Karol, ex-deputado oriundo do PDT de Leonel Brizola, para a prefeitura de Magé, não é apenas um gesto de aliança inusitada, mas também uma manifestação de estratégia política que busca reconfigurar o tabuleiro de poder local.

Ricardo da Karol, cuja carreira política foi marcada pela defesa de pautas controversas nos 2 anos que ficou em Brasília, como a liberação de agrotóxicos e a flexibilização da carteira de trabalho, que votou, sim, agora se encontra em uma posição peculiar. Seu passado no PDT de Brizola, partido historicamente alinhado a ideais progressistas e de esquerda, contrasta vivamente com o apoio que recebe dos bolsonaristas, grupo cujas inclinações políticas tendem para o outro extremo do espectro.

Essa aliança revela não apenas a fluidez das identidades políticas em Magé, mas também uma tentativa de resgatar figuras que, como Ricardo, encontram-se em um momento de enfraquecimento político. Sua derrota na última eleição é um testemunho das dificuldades que enfrentou, e o apoio do PL pode ser visto como um esforço para revitalizar sua carreira política.

Nas eleições de 2012, Ricardo concorreu ao cargo de prefeito de Magé pela primeira vez pelo PSB, mais acabou perdendo para o prefeito Nestor Vidal.

Nas eleições de 2018, concorreu ao cargo de deputado federal pelo antigo PRP, mais não foi eleito.

Nas eleições de 2020, concorre novamente ao cargo de prefeito de Magé pelo PSC, e acabou perdendo novamente, desta vez para Renato Cozzolino. Em 2022 tentou novamente a vaga de Deputado e perdeu novamente.

Por outro lado, a família Cozzolino, que tem mantido uma influência significativa em Magé por mais de duas décadas, não é apenas um símbolo de poder duradouro. Sua gestão tem sido marcada por iniciativas que contribuíram para o desenvolvimento da cidade, desde melhorias na infraestrutura até programas de apoio social, que beneficiaram a população local. A capacidade dos Cozzolino de manter um certo nível de apoio entre os eleitores de Magé sugere que sua liderança não foi desprovida de realizações positivas.

No entanto, a política, como bem sabemos, é um terreno de contrastes e contradições. A decisão do PL de apoiar Ricardo da Karol, apesar de sua derrota anterior e das críticas relacionadas à sua posição sobre agrotóxicos e a flexibilização da carteira de trabalho, entre outros, reflete uma estratégia de resgate de figuras políticas que, embora enfraquecidas, são vistas como capazes de liderar uma mudança contra o estabelecido. Esse movimento é emblemático de um desejo de renovação política, mesmo que tal renovação venha acompanhada de alianças e velhos políticos que, à primeira vista, parecem contraditórios.

A política de Magé, portanto, é um microcosmo da política brasileira em geral: dinâmica, imprevisível e cheia de reviravoltas. A aliança entre bolsonaristas e um ex-deputado do PDT de Brizola na disputa contra os Cozzolino não é apenas uma tentativa de mudança de guarda. É também uma reflexão sobre como as identidades políticas são fluidas, e como as alianças, por mais surpreendentes que sejam, são formadas no interesse de objetivos eleitorais.

 

Por Jornal da República em 21/03/2024
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