Rio de Janeiro, Capital do G20 e Hub Estratégico do Comércio Exterior

(*) Michelle Fernandes

Rio de Janeiro, Capital do G20 e Hub Estratégico do Comércio Exterior

O Rio de Janeiro tem uma história intrinsecamente ligada ao comércio exterior brasileiro. Desde os tempos de Dom João VI, com a abertura dos portos às nações amigas em 1808, o estado assumiu um papel estratégico nas trocas internacionais do país. Essa abertura marcou um período de prosperidade, transformando o Rio em uma verdadeira “capital do G20” da época, onde circulavam produtos, pessoas e ideias de todas as partes do mundo. Esse movimento foi apenas o início da vocação carioca para o comércio exterior, estabelecendo as bases para um desenvolvimento econômico robusto e conectado com o cenário global.

O Barão de Mauá, com uma visão ousada para a época, fomentou o desenvolvimento industrial e incentivou o empreendedorismo, construindo infraestrutura e lançando a primeira companhia de navegação a vapor do Brasil. Mauá impulsionou o comércio exterior e mostrou a importância de uma economia bem conectada. Seu legado ainda reverbera nas políticas de incentivo e nas facilidades oferecidas aos empresários que operam no Rio, mostrando que empreender e inovar sempre estiveram no DNA carioca.

Hoje, o Rio de Janeiro é privilegiado com uma quantidade expressiva de portos organizados e com um complexo logístico estratégico. O Porto do Açu, por exemplo, é um dos maiores complexos portuários do Brasil, destacando-se pela modernidade e eficiência. Ele atrai investimentos, gera empregos e agiliza o escoamento de produtos, tanto para exportação quanto para importação. Esse nível de infraestrutura fortalece a competitividade da região e favorece o crescimento das empresas que atuam no comércio exterior, contribuindo diretamente para a economia do estado.

Além dos portos, o Aeroporto Internacional do Galeão exerce um papel essencial na dinâmica de importação e exportação. Com uma estrutura preparada para atender qualquer tipo de mercadoria, em tamanho e peso, oferece agilidade no atendimento e beneficia desde pequenas até grandes corporações que se valem da eficiência logística para reduzir custos e ganhar competitividade.

Outro incentivo estratégico que vem ganhando destaque é o Regime Especial RioComex, que visa diminuir a carga tributária para importadores em operações de comércio exterior. Esse regime especial torna o Rio de Janeiro ainda mais atraente para empresas que desejam importar mercadorias, reduzindo custos e simplificando o processo.

No caso dos exportadores, foi lançada, no Complexo do Porto do Açu, a Zona de Processamento de Exportação (ZPE), que oferece benefícios fiscais para empresas sustentáveis, garantindo um ambiente ainda mais favorável para a produção e exportação de bens.

Por fim, não se pode ignorar a facilidade logística do Porto do Rio de Janeiro, que, com serviços eficazes nos terminais, localização estratégica e conexões vantajosas, torna o transporte de mercadorias mais rápido e eficiente. Essa proximidade com os grandes centros de consumo e com os países do Mercosul confere ao Rio um papel central na economia nacional e regional.

Esses são exemplos de como o Rio segue inovando para reforçar sua posição no comércio internacional.

O comércio exterior do Rio de Janeiro é, portanto, não só uma vocação histórica, mas um ativo essencial para o desenvolvimento do estado e para o fortalecimento do Brasil no cenário global. 

(*) CEO da Get Global Trading & Consulting 
Especialista em Comércio Exterior 
Mediadora e Prof.ª de International Business Plan na BSSP
Presidente do Conselho de Relações Internacionais e Comércio Exterior da ACRJ

 

 

Por Jornal da República em 14/11/2024
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