Rio de Janeiro: Merendeiras reclamam da falta de aparelhos de climatização nos ambientes

Cozinha de escola da rede municipal do Rio: calor excessivo

Rio de Janeiro: Merendeiras reclamam da falta de aparelhos de climatização nos ambientes

Onda de calor atinge as cozinhas, e merendeiras alertam sobre condições de trabalho

Nas últimas semanas, os cariocas tiveram um gostinho do que está por vir no verão. Em um desses dias, o calor quebrou recordes: 42,5°C na estação da Vila Militar, na Zona Oeste do Rio, maior temperatura já registrada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em toda sua série histórica, iniciada em 2000. Na mesma data, a sensação térmica, medida pelo Sistema Alerta Rio da prefeitura, também bateu recorde, com 59,7°C às 8h10 em Guaratiba, também na Zona Oeste da cidade. O calor intenso, contudo, não foi motivo para deixar ninguém de fora do trabalho. Inclusive, as merendeiras e as cozinheiras da Secretaria municipal de Educação (SME).

As funcionarias denunciam as condições de trabalho nas cozinhas que atendem cerca de 670 mil estudantes em mais de 1.500 escolas da rede municipal de ensino. Falta climatização nas cozinhas e, por vezes, até fontes d’água, como bebedouros. Com a chegada do verão no meio do mês de dezembro, a maior preocupação dessas servidoras é com o próprio bem-estar no trabalho. Muitas relatam falta de dar, aumento da pressão arterial e, claro, extremo desconforto de, além de lidaram com as altas temperaturas da cidade, estarem diante dos fogões.

Em reunião realizada entre a Secretaria Municipal de Educação (SME) e o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), foi relatada a urgência da climatização nas cozinhas da rede municipal, bem como o reparo dos aparelhos de ar-condicionado que, aos montes, não funcionam. Ou mesmo o conserto das fiações das escolas, que impossibilitam a utilização dos sistemas de refrigeração dos locais.

Um canal de reclamações foi aberto às servidoras das cozinhas, que, em menos de 24 horas, fizeram mais de 540 denúncias. Nesse ponto, são uníssonas: é preciso melhorar a situação das cozinhas para que a refeição de milhares de alunos continue sendo entregue.

Como a categoria das merendeiras está divida em três — contratadas, estatutárias da SME e servidoras da Companhia Municipal de Limpeza Urbana —, uma parcela considerável se quer recebe insalubridade.

A técnica de Segurança do Trabalho Emilia Alves esclarece que é preciso realizar vistorias frequentes para avaliação quantitativa da exposição ao calor, fato que as servidoras ouvidas pelo EXTRA disseram nunca terem visto nas cozinhas em que trabalham há décadas.

Via Extra

Por Jornal da República em 27/11/2023
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