Rio de Janeiro Sitiado: Crime Organizado Impõe 'Lei Paralela' em 60% do Estado

Extorsão, Medo e Abandono: O Cotidiano dos Cariocas sob o Domínio das Facções

Rio de Janeiro Sitiado: Crime Organizado Impõe 'Lei Paralela' em 60% do Estado

Extorsão, violência e abandono do poder público marcam o cotidiano de milhões de fluminenses

O Rio de Janeiro enfrenta uma crise de segurança pública sem precedentes, com o crime organizado controlando mais de 60% do território estadual, segundo estimativas alarmantes. A situação, que se arrasta há mais de uma década, atingiu níveis críticos, transformando a vida dos cidadãos em um constante desafio de sobrevivência e submissão a regras impostas por facções criminosas.

Na Ilha do Governador, bairro que deveria ser um cartão-postal da cidade maravilhosa, motoristas de aplicativo são obrigados a pagar uma "taxa" para circular livremente. Aqueles que se recusam ou são identificados como moradores de áreas controladas por grupos rivais enfrentam consequências brutais, incluindo sequestros e, em casos extremos, desaparecimentos.

O comércio local também não escapa à extorsão. Lojistas são forçados a pagar por uma suposta "segurança", sob ameaça de terem seus estabelecimentos saqueados. Em algumas comunidades, até mesmo a compra de itens essenciais, como botijões de gás, é controlada pelos criminosos, que determinam onde os moradores devem adquirir esses produtos.

As forças de segurança do estado, outrora respeitadas, encontram-se em situação precária. A Polícia Militar está acuada, enquanto a Polícia Civil foi sistematicamente desmontada. O armamento e munição à disposição dos agentes são inferiores aos utilizados pelos grupos criminosos, colocando os policiais em desvantagem nos confrontos.

A degradação urbana é evidente em áreas estratégicas como a Avenida Brasil, principal via de acesso à cidade. Antes um polo industrial pujante, hoje a avenida é marcada por imóveis abandonados e ocupados irregularmente. A falta de programas de revitalização e incentivos para a reinstalação de empresas perpetua o ciclo de decadência.

A segurança viária também está comprometida. Motoristas que trafegam pela Avenida Brasil à noite correm o risco de atropelar usuários de drogas que atravessam ou se deitam na pista. Situação semelhante ocorre no Aterro do Flamengo, onde a iluminação precária, justificada por medidas de contenção de gastos, coloca em risco a vida de pedestres e motoristas.

Enquanto isso, o poder público parece paralisado diante da magnitude do problema. A falta de ações efetivas para recuperar o controle das áreas dominadas pelo crime organizado contrasta com os gastos em publicidade e eventos patrocinados pelo estado, levantando questionamentos sobre as prioridades da administração pública.

A adoção de soluções inovadoras e sustentáveis, como o uso de energia solar para iluminação pública, é ignorada, mesmo quando poderia representar economia a longo prazo e melhoria na segurança.

O cenário atual do Rio de Janeiro é um retrato doloroso de uma cidade refém do crime organizado, onde a lei do mais forte impera e o Estado falha em sua missão fundamental de garantir a segurança e o bem-estar de seus cidadãos. A recuperação desse quadro exigirá não apenas vontade política, mas um plano de ação coordenado e de longo prazo, envolvendo todos os níveis de governo e a sociedade civil.

Por #jornalistaRichard

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Por Jornal da República em 31/12/2024
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