Roberto Requião faz discurso histórico na Refundação do PTB ‘Essa polarização direita e esquerda é prejudicial à consciência política’

Em Ato de Refundação do PTB: Requião Clama por Visão Nacionalista

"A refundação do PTB é um passo crucial para o futuro do Brasil", diz Requião

Em um evento que promete redefinir os rumos da política brasileira, Roberto Requião fez um discurso histórico durante o ato de refundação do PTB no Rio de Janeiro. Com uma oratória que remete aos grandes líderes do passado, Requião destacou a importância de resgatar o nacionalismo e acabar com a polarização desideologizada que assola o país.

"Minha origem política é o PTB, o velho PTB que era o partido do meu pai. Pela visão de Getúlio Vargas e a visão nacionalista do Brasil, vejo a utilidade da refundação do PTB hoje para acabar com essa polarização desideologizada. É Lula de um lado, Bolsonaro do outro, e as coisas vão ficando sem a discussão política necessária", afirmou Requião.

Ação Popular e Privatização da Eletrobras

Requião também comentou sobre sua ação popular contra a privatização da Eletrobras, destacando a necessidade de uma visão nacionalista na condução das empresas estatais.

"Entrei com uma ação popular para devolver ao Presidente da República o comando sobre a Eletrobras. No dia seguinte, a JBS compra as empresas hidrelétricas do Amazonas, e uma Medida Provisória transforma um péssimo negócio em um bom negócio. As empresas estavam falidas, mas a medida provisória do Lula tira dinheiro do bolso de todos os contribuintes para pagar as dívidas", explicou.

Reflexões sobre a Petrobras e o Nacionalismo

Quando questionado sobre a condução da Petrobras, Requião foi enfático: "A Petrobras está entregue ao setor privado. Hoje, a Petrobras é dominada pelo fundo BlackRock, que é o maior fundo de investimento do Brasil. Isso foi obra do Fernando Henrique e do Lula, e esses erros continuam sendo mantidos."

Requião também abordou a crítica de Aldo Rebelo sobre a esquerda brasileira. "O PT e a esquerda estão se tornando um partido biológico, muito preocupado com gênero, raça e cor, e deixaram de lado o projeto nacionalista. Nós estamos entrando no jogo da globalização de forma absoluta, com uma conversa mole de dar três refeições por dia para os trabalhadores. Os senhores de escravos já faziam isso; sem refeição, eles não trabalhavam."

Mensagem aos Jovens e Futuro da Política

Ao final da entrevista, Requião deixou uma mensagem para os jovens que desejam ingressar na política. "Primeiro, precisam compreender a situação. Não podem entrar pensando em cargo público, ser vereador ou deputado. Precisam entender, estudar um pouco de economia, ver o que acontece no mundo.

Nós não podemos transformar uma realidade sem conhecê-la em profundidade. O Brasil está despolitizado, as lideranças calam a boca. Há uma polarização, uma espécie de jogo de futebol, é Fluminense ou é Flamengo, mas não se incomodam nem com as táticas internas dos treinadores."

Requião concluiu com uma reflexão sobre a polarização política: "Essa polarização direita e esquerda é prejudicial à consciência política. A esquerda é a visão solidária, o amor pelas pessoas, e essa polarização de nome de pessoas sem princípios e sem projeto de nação é prejudicial."

Sobre Roberto Requião

ROBERTO REQUIÃO DE MELLO E SILVA, nascido em 05 de março de 1941, em Curitiba, filho do médico e ex-prefeito de Curitiba, Wallace Thadeu de Mello e Silva e Lucy Requião de Mello e Silva. Casado com a senhora Maristela Quarenghi de Mello e Silva, pai de Maurício Thadeu e Roberta. Formado em Direito pela Universidade Federal do Paraná e em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, cursou Urbanismo pela Fundação Getúlio Vargas.

 Foi Deputado Estadual (1983-85), Prefeito de Curitiba (1986-89), Secretário do Desenvolvimento Urbano do Estado do Paraná (1989-90), Governador do Estado do Paraná (1991-95), Senador da República (1995-2002), Governador do Paraná (2003-2007) e eleito novamente Governador para mandato até 1º de janeiro de 2011. Como Senador, Requião teve a maior votação proporcional da história do Paraná.

PREFEITO DE CURITIBA (1986 - 1989)

 Como prefeito de Curitiba, Requião instituiu a primeira Ouvidoria Geral do País. Alterou profundamente a estrutura administrativa da Prefeitura Municipal, com a criação das freguesias (sub-prefeituras) nos principais bairros da cidade, dando autonomia administrativa e financeira para a execução de obras. Implantou a frota pública de transporte coletivo. Construiu a Via Vêneto, ligando o bairro de Santa Felicidade ao centro de Curitiba. Também implantou o Mercadão Popular, para a venda de produtos da cesta básica para a população de baixa renda. Criou a Associação dos Meninos e Meninas de Rua de Curitiba (Assoma), revolucionando o tratamento das crianças de rua. Construiu o maior número de Postos de Saúde e de Creches da história da cidade, além de efetivar a participação popular na definição do Orçamento Municipal.

SECRETÁRIO DE DESENVOLVIMENTO URBANO DO PARANÁ (1989 - 1990)

 No cargo de secretário de Estado, Requião implantou o Programa Paraná Urbano, que desenvolveu mais de 3 mil obras em todos os municípios paranaenses. No mesmo período, criou o Programa de Saneamento Ambiental no Paraná – Prosam, um dos mais importantes projetos para a área de saneamento do Estado.

 GOVERNADOR DO PARANÁ (1991 - 1994) - 1º Mandato

 Roberto Requião iniciou seu governo com a entrega dos títulos definitivos de propriedades aos agricultores de Pitanga, cuja posse arrastava-se há mais de 70 anos. Ele também implantou o Programa Casa da Família, que construiu mais de 60 mil casas com 52 metros quadrados, em alvenaria, com prestações que não ultrapassam 20% do salário mínimo. Em parceria com o Exército Brasileiro, construiu a Ferroeste, ligando Cascavel ao Porto de Paranaguá.

 Outros programas marcaram sua administração, como o Panela Cheia, com financiamento de safras em equivalência em produto. Para os agricultores paranaenses, a moeda era o milho. Implantou ainda o maior programa de melhoria genética da história do Estado. Foram entregues aos criadores paranaenses 150 mil bovinos de leite e 330 mil ovinos, com matrizes de raças selecionadas.

 Com recursos do Tesouro do Estado, duplicou a rodovia Curitiba/Garuva, acabando com o “Corredor da Morte”. Fez a ligação rodoviária do Sudoeste do Paraná com a Argentina, construindo a ponte Capanema-Andresito. Iniciou a construção da ponte Guaíra-Mundo Novo (MS), a maior ponte fluvial do Brasil, deixando o governo com 90% das obras realizadas. Concluiu a construção da Usina Hidrelétrica de Segredo, tornando o Paraná auto-suficiente em energia, e iniciou as obras da Usina de Salto Caxias.

 As pequenas e médias empresas receberam apoio com o Programa Bom Emprego, que resultou na geração de mais de 150 mil empregos diretos. Além disso, as micro e pequenas empresas foram isentas de tributos estaduais.

 Na educação, o governo Requião treinou professores e fez o maior programa de construção e recuperação de salas de aula. O programa Escola Oficina, para meninos e meninas de rua, foi levado a todo o Paraná. No primeiro governo Requião foram criados cinco parques ambientais, dobrando a área de preservação do Estado. Neste período, foi implantado o Programa Paraná Rural, que readequou estradas rurais e desenvolveu técnicas agrícolas para recuperação do solo, como combate à erosão, plantio de matas ciliares, recuperação de rios nas em todos os municípios do Paraná. Este programa tornou-se referência para o Banco Mundial em preservação ambiental e melhoria da produção agrícola.

 SENADOR DA REPÚBLICA (1994 - 2002)

 Como senador, Roberto Requião foi presidente da Comissão Parlamentar Conjunta do Mercosul, relator da CPI dos Títulos Públicos, emitidos para pagar precatórios. Presidiu a Comissão de Educação e Comunicação do Senado Federal e foi membro da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal. Requião desvendou a chamada Cadeia da Felicidade, com o fechamento de três bancos e 18 Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários. Apresentou mais de 20 projetos de lei, resoluções e portarias, disciplinando a emissão de títulos públicos, os fundos de pensão e estabelecendo punições para a lavagem de dinheiro de origem ilícita.

 Apresentou o projeto de Lei para quebrar o sigilo bancário de todos os agentes públicos do Executivo, Legislativo e Judiciário e o projeto de Lei que garante a todo o cidadão direito de resposta quando agredido através de veículos de comunicação.

 GOVERNADOR DO PARANÁ (2003 – 2007) - 2º Mandato

 O segundo mandato de Roberto Requião foi marcado pelas políticas sociais e pela recuperação do Estado, que passou a ser um elemento importante na retomada do desenvolvimento paranaense. O programa Leite das Crianças garantiu um litro de leite por dia para cada criança de baixa renda. A Copel foi transformada de uma empresa à beira da falência numa empresa eficiente e com recursos em caixa para investimentos. O saneamento da empresa permitiu a implantação do programa Luz Fraterna, que isenta de tarifa os consumidores de baixa renda.

 A Sanepar voltou ao controle público e tornou-se referência nacional em oferta de água e tratamento de esgoto, com uma tarifa social que beneficia mais de 1,4 milhão de paranaenses de baixa renda. O Porto de Paranaguá foi recuperado e tornou-se eficiente e lucrativo.

 Os avanços na educação incluem a publicação e distribuição gratuita de livros didáticos; a criação do Portal da Educação, onde professores dividem experiências e ampliam seus conhecimentos; a compra de 40 mil computadores para as escolas; a ligação de toda a rede escolar com fibra ótica; a implantação de um plano de cargos e salários para os professores e grandes investimentos no ensino universitário público estadual.

 Na área da Saúde, 24 hospitais foram reformados ou tiveram sua construção iniciada, assim como a de 126 Centros da Saúde da Mulher e da Criança, com o objetivo de derrubar os índices de mortalidade. A segurança pública ganhou um novo conceito, com a polícia comunitária atuando junto aos cidadãos.

A administração pública estadual recuperou mais de 5 mil quilômetros de estradas, sem cobrança de pedágio. A democratização do acesso à informática foi possibilitada com a opção pelos softwares livres, o que permitiu uma economia de R$ 147 milhões.

 A política de incentivo às pequenas empresas deu resultados, beneficiando 172 mil com isenção total ou parcial do ICMS. Isso possibilitou a geração de 365.623 empregos formais até novembro de 2006, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho – nos oito anos do governante anterior foram criados 38 mil empregos formais. Os pequenos agricultores passaram a ter acesso a financiamentos, graças ao Fundo de Aval, que garante os empréstimos bancários. Essa iniciativa beneficiou 320 mil pequenas propriedades agrícolas.

GOVERNADOR DO PARANÁ (2007) - 3º Mandato

 Biografia: Secretaria de Estado da Comunicação Social

Por Robson Talber

Repórter Ralph Lichotti - Advogado e Jornalista, Foi Sócio Diretor do Jornal O Fluminense e acionista majoritário do Tribuna da Imprensa, Secretário Geral da Associação Nacional, Internacional de Imprensa - ANI, Ex-Presidente da Comissão de Sindicância e Conselheiro da Associação Brasileira de Imprensa - ABI - MTb 31.335/RJ

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Por Jornal da República em 29/06/2024
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