Roger Waters ex-Pink Floyd, pode ser impedido de fazer shows no Brasil

Roger Waters ex-Pink Floyd, pode ser impedido de fazer shows no Brasil

Roger Waters anunciou há no fim de maio que vem ao Brasil em outubro e novembro com a sua turnê de despedida, “This is Not a Drill”, com datas marcadas no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Porto Alegre, Curitiba e Belo Horizonte. Beleza. Só que o Ministério da Justiça recebeu, uma semana após o anúncio, um pedido para que o ex-Pink Floyd seja impedido de entrar no país e de se apresentar aqui. A informação é do colunista Lauro Jardim, do GLOBO.

A demanda foi endereçada a Flávio Dino no último dia 29 e é assinada pelo advogado Ary Bergher, que é vice-presidente da Confederação Israelita do Brasil (CONIB) e presidente do Instituto Memorial do Holocausto, sediado no Rio. 

No pano de fundo do caso, está a investigação que a polícia de Berlim abriu, também em maio, sobre o uso de um uniforme de estilo nazista por Waters num show da capital alemã. Uma apresentação em Frankfurt chegou a ser cancelada por esse motivo, mas o músico conseguiu na Justiça o direito de realizá-la.

Ele se defende afirmando que o figurino mostra sua oposição ao fascismo e à intolerância. É que, no palco, Waters constrói uma encenação cujo objetivo é, justamente, criticar os regimes autoritários, fazendo referências estéticas ao filme The Wall, baseado em um disco homônimo do Pink Floyd.

A comunidade judaica, no entanto, não está convencida do argumento. Segundo Bergher, Waters “há mais de décadas pratica condutas e faz declarações nitidamente antissemitas”. O ex-Pink Floyd, na verdade, faz críticas ao Estado de Israel e ao sionismo, defendendo a causa palestina, mas jamais defendeu o nazismo ou antissemistismo.

A Dino, o advogado destaca episódios protagonizados pelo cantor em 2010, quando usou uma Estrela de David no telão de um show em Nova York, representando uma bomba (uma crítica à violência do Estado de Israel contra os palestinos); 2011 (Waters escreveu artigo de opinião criticando o Estado de Israel); 2013 (o ex-Pink Floyd teria afirmado que “o lobby judeu é extraordinariamente poderoso”) e 2020 (fez menção negativa às técnicas de guerra israelenses).

Caso Waters entre no Brasil de qualquer maneira, Bergher pede que o MJ escale as polícias Federal e Civil para monitorar as apresentações do artista. E que as corporações tomem providências se ele usar o mesmo figurino nas capitais brasileiras.

Por Jornal da República em 09/06/2023
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