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Estamos aqui hoje no Golf Olímpico com o patrimônio do Rio de Janeiro, Rômulo Costa. Figura icônica no mundo do funk, Rômulo empolgou as massas e continua fazendo sucesso gerações após. Em uma conversa descontraída, ele compartilha sua trajetória e a influência que teve no cenário musical brasileiro.
Rômulo, como você começou sua jornada no funk?
"Eu sou mineiro de Governador Valadares. Muitos mineiros da minha cidade foram para os Estados Unidos, mas eu fiquei no meio do caminho. Entrei no exército brasileiro, queria fazer carreira militar, mas acabei ficando como excesso de contingente. Fui trabalhar no Bom Sucesso Futebol Clube e ali começou minha carreira. Aprendi a profissão de promoter, organizando shows. Depois, um amigo que tinha uma equipe de som, a Furacão 2000, me chamou para descer pro Rio e fazer baile. Comecei como funcionário, depois tive participação nas cotas e, eventualmente, virei dono."
Rômulo explica como a Furacão 2000 se tornou um ícone na cena do funk. "A gente era o Black Rio, envolvia tudo – programas de TV, rádio. Quando perdemos referências como Ademir Lemos e Big Boy, precisei inovar. Fui o primeiro a comprar horário na TV para exibir programas de funk, na TV Corcovado e na CNT, competindo diretamente com a Globo na audiência."
Enfrentando Perseguições e Mudando Percepções
O funk enfrentava muita perseguição. "Era proibido tocar funk. Fizemos o seminário 'Barrados no Baile: Entre o Funk e o Preconceito'. Isso ajudou a transformar o funk em uma questão de políticas públicas. O então governador Brizola e seu vice, Nilo Batista, nos apoiaram. Conseguimos realizar o primeiro baile funk no Maracanãzinho, um marco histórico. Mas enfrentamos resistência – as bilheteiras fechavam as portas para os jovens da favela, a polícia aparecia para reprimir."
Rômulo revela que a ideia para se criar o Funk Carioca surgiu de uma conversa com Ex-governador Nilo Batista que insistiu para trazer as letras do Funk para o português contando a realidade das comunidades.
A Reviravolta e a Ascensão do Funk
Nilo Batista sugeriu que os MCs cantassem em português sobre suas realidades. "Foi aí que surgiram hits como 'Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci'. Mudamos a narrativa do funk, promovendo festivais com temas como ecologia e política. O movimento cresceu, revelando talentos como MC Marcinho e Anitta, que começaram na Furacão 2000."
Rômulo destaca a inclusão social promovida pelo funk. "As músicas passaram a falar das comunidades, unindo-as. Hoje, turistas chegam ao Rio querendo conhecer o funk. É uma cultura que levantou a autoestima das favelas e conquistou o mundo."
Legado e Futuro do Funk
Para o futuro do funk, Rômulo deixa uma mensagem inspiradora: "Não corte seu sonho. Se quer ser um MC, procure a Furacão 2000. Estamos sempre buscando novos talentos. Cante músicas de amor, como MC Marcinho, que são eternas."
A importância do funk na cultura brasileira é inegável. "O som de preto, de favelado, quando toca ninguém fica parado. É uma cultura que une e diverte."
Com orgulho, Rômulo celebra seus 50 anos de dedicação ao funk, uma saga que continua firme e forte, moldando gerações e mantendo viva a batida que faz o mundo dançar.
Por Jéssica Porto e Robson Talber
Repórter Ralph Lichotti - Advogado e Jornalista, Foi Sócio Diretor do Jornal O Fluminense e acionista majoritário do Tribuna da Imprensa, Secretário Geral da Associação Nacional, Internacional de Imprensa - ANI, Ex-Presidente da Comissão de Sindicância e Conselheiro da Associação Brasileira de Imprensa - ABI - MTb 31.335/RJ
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