Rosário Desgastado, do escritor Luiz Eudes

Rosário Desgastado, do escritor Luiz Eudes

O romance Rosário Desgastado de Luiz Eudes é um retrato comovente da vida rural brasileira, com a morte como tema central que permeia toda a narrativa. Através da história da família do fazendeiro Abelardo e sua esposa Santinha, juntamente com seu filho João e a prima Rita, somos levados a mergulhar nas profundezas dos desafios que enfrentam ao longo de suas existências.

O livro apresenta uma narrativa habilidosa e precisa, que revela a plena capacidade do autor em retratar a vida no campo. Descrevendo minuciosamente o cotidiano dos personagens, Eudes abre caminho para que possamos conhecer mais sobre a relação deles com a terra e com a morte, elementos que são, em última análise, fundamentais para a compreensão da mensagem mais profunda do livro.

A trama gira em torno da morte, que surge no primeiro capítulo, e que afeta profundamente a família de Abelardo e Santinha, bem como a comunidade em que vivem e é o fio condutor da história, por meio do qual o autor explora questões como a dor, a saudade, a religiosidade e a importância das tradições culturais para os habitantes do campo.

A personagem de Abelardo é particularmente interessante, já que encapsula muitas das tensões que existem entre o desejo de manter as tradições agrícolas e o desejo de modernização e crescimento. Enquanto Abelardo é um defensor dos modos de vida tradicionais, seu filho João sonha em partir para uma cidade maior em busca de estudos e construir uma vida diferente.

Rosário Desgastado é uma obra que emociona e provoca reflexões sobre a vida, a morte e a cultura brasileira. É um testemunho da qualidade literária do autor Luiz Eudes, que apresenta uma prosa envolvente e delicada, que convida o leitor a mergulhar na complexa tapeçaria da vida no mundo rural.

Luiz Eudes é de Sátiro Dias, Bahia.

Escritor, roteirista, cineasta, curador, ativista cultural e especialista em Teoria Literária.

Organizou várias coletâneas e participa de diversas antologias no Brasil e em Portugal. É autor dos livros de contos Noite de Festa, Tempo de Sonhos, Tarde de Chuva e Leves Sombras, da novela Cangalha do Vento (publicada também em Portugal e em Angola e traduzida para o italiano), dos infantis Baleia e a família perdida, publicado pela série Bichinhos Literários, em São Paulo; e Vinagre, o Cachorro, sob encomenda para o Colégio Europa, em Minas Gerais. E do recente romance Rosário Desgastado (traduzido para o italiano).

Curador da III edição da FliPaiaiá (Paiaiá, Nova Soure), do Sarau da Cidade e do Literatura com Cachaça (Alagoinhas). E secretário do Simpósio de Academias de Letras (São Cristovão -  SE).

Escritor premiado, recebeu, entre outras, a Comenda Maria Feijó (Câmara de Vereadores de Alagoinhas), o Título de Importância Cultura (União Baiana de Escritores), a Comenda Rachel de Queiróz (Academia de Letras de Fortaleza), o título de Honra ao Mérito Cultural (no Tribunal de Justiça de Sergipe) e o título de cidadão pedronense (Câmara de vereadores de Pedrão).

É membro da Academia de Cultura da Bahia, da Casa do Poeta de Alagoinhas e da Academia de Letras do Vale do Itapicuru. Sócio da União Brasileira de Escritores (São Paulo), da União Baiana de Escritores (Salvador), membro correspondente da Academia de Letras de Fortaleza e da Confraria Sancristovense de História e Memória. E pertence ao Círculo Acadêmico de Letras e Artes de Moçambique. 

Por Jornal da República em 07/02/2024
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