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DO UOL, com redação - Pré-candidato do PSD ao governo do Rio de Janeiro, o advogado Felipe Santa Cruz prometeu, durante sabatina UOL/Folha realizada hoje, reorganizar a estrutura policial no estado, caso seja eleito. Ele também defendeu a colocação de câmeras nas fardas para gravar as ações policiais.
"Não acredito nesse dilema entre polícia homicida, Estado assassino, ou a completa omissão. Isso é aceitar que a polícia não precisa proteger a população das comunidades, recuperar áreas nas mãos da 'narcomilícia'. Não há saída para a situação do Rio que não passe por integração, pela organização da polícia e de todo o sistema da Justiça", disse.
Santa Cruz também defendeu a recriação da Secretaria de Segurança Pública no Rio. "É compromisso público meu", acrescentando que vai colocar câmeras nos uniformes dos policiais. "Não é muito difícil. É só acompanhar como se faz o debate sobre abuso policial em todo o mundo para proteger o bom policial que age dentro da lei. A secretaria é fundamental para fazer organização dos pontos fundamentais", afirmou.
Ele ainda se disse um "entusiasta" da iniciativa privada, mas com limites: "Quando ela trata do dinheiro público, ela tem os seus limites e suas obrigações muito estreitos".
"Vamos cumprir os contratos, a segurança jurídica será total. Mas também vamos cobrar. Temos que ter agências que cobrem obrigações dos concessionários, transparência na bilhetagem", disse, defendendo subsídios para os mais pobres e que moram mais longe e até a estatização da SuperVia, se for necessário.
Prometeu terminar o metrô da Gávea. "Nosso projeto é concluir e levar o metrô até São Gonçalo. O momento histórico é esse, nós vamos fazer, ou pelo menos dar o passo inicial."
Sobre os efeitos das chuvas e deslizamentos, como o que aconteceu recentemente em Petrópolis, afirmou que precisa investir na Defesa Civil. "Temos que investir muito em alarmes, ter integração muito grande entre o Estado, a União e os municípios. Temos que fazer uma discussão complexa com a população, discutir áreas para habitação popular, transferência de famílias. Estamos correndo contra o tempo."
Ex-presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), ele defendeu um diálogo mais aberto com o Judiciário: "Eu tenho certeza que sou capaz de fazer, como nenhum outro candidato".
Assassinato de Marielle Franco
A falta de respostas concretas no assassinato da vereadora Marielle Franco ainda é um assunto importante no estado, quatro anos após o crime. Santa Cruz colocou o tema como "prioridade total" e revelou um incômodo.
"Passei três anos no Conselho Federal da OAB com a placa da rua Marielle Franco. Me sinto pessoalmente atingido por isso, por esse silêncio que grita aos ouvidos dos cidadãos. No nosso governo será uma prioridade descobrir o mandante do assassinato."
Lava-Jato, Bolsonaro e palanque com Lula
Ainda como presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Santa Cruz se posicionou contra os abusos da operação na época. Hoje, ele reafirmou a posição: "Não há como cumprir a lei fora da lei".
"O Estado age para combater o crime. Se age fora da lei, desautoriza esse processo, e aí o avanço institucional gera retrocesso. Nós tínhamos que ter discutido o aprimoramento das delações."
O ex-juiz Sergio Moro e o ex-coordenador da Lava Jato Deltan Dallagnol também foram avaliados.
"Acho que eles estão no lugar deles, essa arena política é a que optaram. Sinceramente, acho que o grande desserviço do doutor Sergio Moro foi feito lá atrás, distorcendo esse sentimento de combate à corrupção da população em epopeia pessoal."
Sem grandes alianças, ele disse que busca viabilizar um apoio formal, principalmente do PDT, mas ainda sem sucesso.
Nas eleições presidenciais, disse que o PSD ainda não decidiu o apoio, mas se posicionou contra o atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL).
"Estou muito confiante no partido e disse, desde o início, que, fora Bolsonaro, eu apoiaria. O Brasil vai escolher entre a democracia ou ter mais quatro anos de erosão. Acho que o partido tem capacidade de discutir internamente. Vejo com dificuldade hoje a permanência da terceira via forte, acho que a eleição nacional está ficando muito polarizada. Acredito que o primeiro turno pode marcar mais liberdade nos estados, mas, no segundo turno, marca contra Bolsonaro."
Ele manifestou um especial interesse pelo apoio de Lula. "Ficarei muito confortável com o presidente Lula no meu palanque. Sou filho de fundadores do PT, o presidente foi muito importante na história do Brasil."
Também se posicionou a favor de Ciro Gomes: "É um candidato muito bem preparado, que sabe e conhece o Brasil. Ficaríamos todos muito confortáveis". "Sabemos da seriedade do momento, que o Rio de Janeiro precisa ser resgatado das mãos da mediocridade, decadência, acredito que uma aliança poderá se formar até o prazo final das convenções."
Os números do Datafolha no Rio
Segundo pesquisa Datafolha divulgada em abril, há um empate técnico na liderança entre o deputado federal Marcelo Freixo (PSB) e o atual governador Cláudio Castro (PL).
O terceiro lugar traz oito candidatos tecnicamente empatados: Anthony Garotinho (União Brasil), com 7%; Rodrigo Neves (PDT), com 5%; Eduardo Serra (PCB), com 4%; General Santos Cruz (Podemos), também com 4%; Cyro Garcia (PSTU), com 3%; André Ceciliano (PT), com 2%; Felipe Santa Cruz (PSD), com 2%; e Paulo Ganime (Novo), que tem 1% das intenções de voto.
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