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O deputado é membro do MBL e pré-candidato ao governo de São Paulo pelo Podemos.
"Passei agora quatro barreiras alfandegárias, duas casinhas pra cada país. Eu contei, são doze policiais deusas. Que você casa e faz tudo que ela quiser. Eu estou mal cara, não tenho nem palavras para expressar. Quatro dessas eram 'minas' que você se ela cagar você limpa o c* dela com a língua. Assim que essa guerra passar eu vou voltar para cá". essas são declarações de Arthur do Val durante viagem à Ucrânia para enviar doações para refugiados ucranianos após a invasão da Rússia ao país.
“São fáceis, porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas ‘minas’, em dois grupos de ‘mina’. É inacreditável a facilidade. Essas 'minas' em São Paulo você dá bom dia e ela ia cuspir na sua cara e aqui são super simpáticas", diz o áudio
O MBL não negou que a voz nos áudios seja do deputado. O ex-juiz Sérgio Moro (Podemos), pré-candidato à Presidência, aliado do parlamentar, lamentou os áudios, inicialmente exposto pelo site Metrópoles.
Em outro trecho, diz " A fila das refugiadas, irmão. Imagina uma fila de sei lá, de 200 metros ou mais, só deusa. Sem noção, inacreditável, é um bagulho fora de série. Se pegar a fila da melhor balada do Brasil, na melhor época do ano, não chega aos pés da fila de refugiados aqui."
O parlamentar é pre-candidato ao governo do estado pelo partido de Moro. O ex-juiz Moro que tinha afirmado ser "louvável" a atitude do deputado de ir até a região. "O Dep. Arthur do Val e Renan Santos, do MBLivre, decidiram reportar in loco o conflito na fronteira da Ucrânia. Também angariaram ajuda financeira para amparar refugiados. É sempre louvável quando saímos do discurso e partimos para a prática", agora disse que o "tratamento dispensado às mulheres ucranianas é inaceitável".
"Lamento profundamente e repudio veementemente as graves declarações do deputado Arthur do Val divulgadas pela imprensa. O tratamento dispensado às mulheres ucranianas refugiadas e às policiais do país é inaceitável em qualquer contexto. As declarações são incompatíveis com qualquer homem público.
"Meu respeito incondicional às mulheres em geral e às ucranianas, em especial, porque além de todos os problemas diários enfrentados, precisam conviver com os horrores da guerra. Tenho uma vida pautada pela correção e pelo respeito a todos --tanto no campo público quanto na vida privada. Portanto, jamais comungarei com visões preconceituosas, que podem inclusive ser configuradas como crime. Jamais dividirei meu palanque e apoiarei pessoas quem têm esse tipo de opinião e comportamento. Espero que meu partido se manifeste brevemente diante da gravidade que a situação exige", diz nota de Moro.
CRIME DE MISOGINIA
A deputada estadual Isa Penna (PSOL) afirmou, "É TODO DIA, - absolutamente todos os dias -, que um homem com poder faz um escárnio imensurável de violência e misoginia. É essa pessoa que vocês querem que a gente conviva no parlamento?", disse.
Em nota assinada por Renata Abreu, deputada federal e presidente do Podemos, o partido classificou as declarações de "gravíssimas e inaceitáveis" e disse que "instaura de imediato um procedimento disciplinar interno para apuração dos fatos".
A também deputada estadual Mônica Seixas (PSOL) afirmou "Vou encaminhar um pedido formal de explicação de viagem do Mamãe Falei não afastado até hoje da Alesp. Além de que, se comprovada a autoria dos áudios, vou pedir a cassação do seu mandato. Quebra grave de decoro, além de violência de gênero com as mulheres ucranianas", diz.
Além delas, os deputados estaduais Paulo Fiorilo (PT), José Américo (PT) e Emidio de Souza (PT) informaram que, se confirmadas que as declarações, também vão entrar com representação contra o parlamentar por quebra de decoro. "Se confirmadas as declarações do deputado Arhur do Val é gravíssimo e cabe uma punição pelo Conselho de Ética e pelo plenário da Assembleia", afirmou Fiorilo em suas redes sociais.
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