Segurança Pública: comissão da Alerj discute crescimento da violência no bairro de Jacarepaguá

Segurança Pública: comissão da Alerj discute crescimento da violência no bairro de Jacarepaguá

Diante do exponencial aumento da violência no bairro de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, a Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj), realizou, nesta quinta-feira (09/03), uma audiência pública para discutir os desafios da região.

Após ouvir as reclamações, o presidente da comissão, deputado Márcio Gualberto (PL), anunciou que vai formalizar os pedidos da população e encaminhar aos órgãos competentes para que eles enviem respostas à Alerj. No entanto, ele criticou a falta de participação de representantes das Secretarias de Governo, do Ministério Público, e do secretário da Polícia Civil na reunião.

“Foi incompreensível que as autoridades do estado não estivessem presentes nesse encontro. Os moradores querem andar em paz, pedem o mínimo uma vida com dignidade e segurança. Não tem como a gente aceitar essa falta de compromisso com esta Casa legislativa e com a população. Por isso, vamos fazer um novo convite e continuar discutindo o tema. As reclamações que foram feitas também serão encaminhadas às instituições do estado e espero dentro de 15 dias ter alguma resposta”, afirmou o presidente.

A deputada Martha Rocha (PDT), ex-delegada de polícia, esteve no evento e ainda propôs que seja feita uma convocação mais incisiva. “Nós estamos assistindo à violência crescer em Jacarepaguá e com a expansão do crime a tranquilidade é impactada, o atendimento médico é impactado, o valor imobiliário é impactado. Deixo aqui a minha insatisfação pelo não comparecimento de autoridades, como a subprefeita de Jacarepaguá. Essa violência não é pontual, ela é crescente em vários bairros do Rio e isso não pode ser negligenciado. A comissão deve tomar medidas mais diretas para convocar esses órgãos para a discussão”, afirmou.

Falta de policiamento

Há 60 anos morando em Curicica, Reinaldo Silva disse notar o aumento crescente da violência na região nos últimos cinco anos e se queixou de perder o direito de ir e vir no seu próprio bairro. “A situação é catastrófica, vivemos uma guerra civil e precisamos de mais policiamento. Entendo que a culpa não é só da polícia, mas do sistema como um todo que não garante recursos e pessoal suficiente para atender à região e enfrentar o crime”, relatou Silva

Segundo o tenente Coronel Sepúlveda, do 18º batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ), que atende à região de Jacarepaguá, atualmente a unidade conta com 802 policiais, sendo 270 oficiais de serviço (por turno). Sepúlveda que está à frente do batalhão há 30 dias disse que vem trabalhando em uma reestruturação logística. “Estamos buscando junto às lideranças locais construir uma política pública integrada e identificar as nossas principais deficiências. Não vamos resolver nada sozinho, estamos contando com a ajuda da população”, disse o coronel.

Números do ISP

Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), entre janeiro e setembro do ano passado, foram registrados 1.216 roubos a pedestres na região. No entanto, no mesmo período de 2021, foram 1.797 ocorrências, demonstrando uma queda no número de casos. “Notamos uma queda desses crimes desde o final do ano passado e mesmo com pouco tempo à frente do batalhão já conseguimos estabilizar o terreno e ver um decréscimo de alguns casos. Estamos conseguindo diminuir os números de roubos de rua, de carga e de veículos. O único número que ainda não conseguimos reduzir é o de letalidades”, pontuou Sepúlveda.

Contudo, ara o presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Vereadores do Rio, Rogério Amorim (PTB/Rio), essa pauta já vem sendo discutida pelo Legislativo do município há algum tempo e mesmo com os dados de queda os moradores seguem reclamando. “A manutenção da ordem deve ser prioridade e hoje vimos o desrespeito com a população dessa região com a ausência da prefeitura. E mesmo com os números em queda os moradores ainda sofrem na ponta e precisam de soluções mais imediatas e definitivas”, concluiu Amorim.

Também estiveram presentes na reunião os deputados Rodrigo Amorim (PL), Índia Armelau (PL), Carlinhos BHN (PP), Marcelo do Seu Dino (União), Filipe Soares (União) e o Deputado Federal Sargento Portugal (PODE/RJ).

 

Por Jornal da República em 11/03/2023
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