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No intricado cenário econômico brasileiro, o governo Lula enfrenta um delicado equilíbrio entre a política monetária e as promessas fiscais. Enquanto a Selic atinge patamares alarmantes, a isenção do Imposto de Renda para uma parcela da população emerge como uma tentativa de mitigar os impactos negativos. Mas será que essa estratégia será suficiente para reverter a insatisfação popular e garantir um futuro promissor?
O aumento da Selic para 14,25% coloca o Brasil em uma posição desconfortável no ranking dos juros reais globais, atrás apenas de Turquia, Argentina e Rússia. Essa elevação, embora necessária para conter a inflação, onera o crédito e dificulta o acesso a financiamentos, impactando diretamente o bolso dos cidadãos e a saúde das empresas.
Enquanto isso, o governo aposta na isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil como uma medida de alívio para a classe média. No entanto, a aprovação desse projeto enfrenta obstáculos no Congresso, devido ao impacto na arrecadação e às resistências em relação às fontes de compensação propostas.
A estratégia de Lula, que outrora criticava o Banco Central, agora se resume ao silêncio em relação à Selic, buscando evitar atritos com o mercado. Paralelamente, a empolgação com a isenção do IR busca criar uma narrativa positiva, mas enfrenta desafios para se concretizar em meio a um cenário fiscal incerto.
A falta de consenso no Congresso em relação à tributação de super-ricos e dividendos dificulta a aprovação de medidas compensatórias, colocando em risco a sustentabilidade da isenção do IR. O temor é que, sem uma contrapartida realista, o déficit fiscal se agrave e comprometa a capacidade do governo de honrar suas promessas.
No campo eleitoral, o sucesso ou fracasso dessas medidas pode definir o rumo das próximas eleições. Se a isenção do IR se concretizar e aliviar o orçamento das famílias, Lula poderá atenuar a insatisfação com a economia. Caso contrário, a inflação e os juros altos dominarão o debate, colocando em xeque a popularidade do governo.
Em suma, Lula caminha em uma corda bamba entre o silêncio sobre a Selic e a esperança na isenção do IR. Resta saber se essa estratégia será suficiente para equilibrar as contas e conquistar o apoio da população, ou se o peso dos juros se mostrará mais forte do que a promessa de um futuro fiscal mais justo.
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