Senado blindado

Rodrigo Pacheco, presidente do Senado e David Alcolumbre, presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa rechaçam ação de Bolsonaro e fecham as portas para André Mendonça no STF e impeachment de Alexandre de Moraes

Senado blindado

DA REDAÇÃO - A emenda saiu pior do que o soneto. Se por um lado o presidente da República de extrema-direita Jair Bolsonaro (Jair Bolsonaro) jogou para plateia de apoiadores sedentos, por outro pode-se dizer que ele ficou mal na fita.

Tanto o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre, como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, não receberam nada bem a inédita ação de um presidente da República em pedir o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal.

Alcolumbre afirmou que, diante da ofensiva de Jair Bolsonaro contra o Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, não vai mais pautar a indicação de André Mendonça ao STF.

Segundo o jornal O Globo, Alcolumbre avaliou que "não há mais clima" para que a indicação feita por Bolsonaro entre na pauta do Senado. "Se Bolsonaro não respeita o Supremo, não tem condições de cobrar celeridade para a indicação", afirmou Alcolumbre.

Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que é contra o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apresentado nesta sexta-feira (20) ao Senado por Jair Bolsonaro.

Segundo o portal jurídico Jota, Pacheco disse que não antevê motivos para o impeachment do ministro, e nem do próprio Bolsonaro. "Não vamos nos render a nenhum tipo de investida que seja para desunir o país. Contem comigo para união, não divisão... não antevejo elementos para impeachment de ministro do STF nem do presidente", disse Pacheco.

"O instituto do impeachment não deve ser banalizado, e mais que um movimento político, há um critério jurídico, a lei tem um rol muito taxativo, a avaliação é política, mas também técnica", acrescentou. Segundo o presidente da Casa, o Senado analisará tecnicamente o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes.

De uma forma ou de outra o mandatário do executivo fez o que é sua principal característica: tacou fogo na gasolina para seguir no seu intento de demolir o edifício institucional que compõe nossa combalida República. (Do Brasil247, O Globo, Portal Jota com foto de Waldemir Barreto/Agência Senado)

Por Jornal da República em 20/08/2021
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