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A menopausa é uma fase natural da vida da mulher, mas pode trazer desafios significativos para a saúde e o bem-estar. Entre eles, está a Síndrome Genitourinária da Menopausa (SGM), uma condição crônica que envolve mudanças nos tecidos da região genital e do trato urinário, causadas pela queda dos níveis de estrogênio. Apesar de extremamente comum, muitas mulheres desconhecem a síndrome ou não falam sobre ela, seja por vergonha ou pela crença de que o desconforto faz parte do envelhecimento. No entanto, a condição tem tratamento e pode ser manejada com sucesso, permitindo que a mulher recupere sua qualidade de vida sem, necessariamente, recorrer a procedimentos cirúrgicos.
Os sintomas da SGM variam, mas os mais frequentes incluem secura vaginal, dor na relação sexual, irritação, coceira, urgência urinária e infecções recorrentes. Com a redução do estrogênio, os tecidos da vagina e da uretra tornam-se mais finos, menos elásticos e menos lubrificados, o que pode tornar o dia a dia desconfortável e comprometer a vida sexual da mulher. A falta de informação e a dificuldade em falar sobre o assunto fazem com que muitas mulheres passem anos sofrendo em silêncio, sem buscar ajuda médica.
O tratamento para a síndrome pode ser feito de diferentes formas, dependendo do quadro da paciente e da orientação médica. Entre as opções estão hidratantes e lubrificantes vaginais, terapias hormonais (como o uso de estrogênio vaginal ou sistêmico), laser terapêutico e fisioterapia pélvica. A decisão sobre o uso da terapia hormonal deve ser tomada junto à ginecologista, considerando o histórico de saúde da paciente e a presença de contraindicações.
Uma abordagem fundamental dentro desse tratamento é a fisioterapia pélvica, que tem se mostrado altamente eficaz no alívio dos sintomas e na redução do risco de cirurgias. “Os exercícios pélvicos melhoram a circulação sanguínea e a oxigenação dos tecidos, tornando a região mais nutrida e saudável”, explica a fisioterapeuta pélvica Patrícia Zaidan (@patriciazaidan), cujo trabalho terapêutico pode ajudar a restaurar a força muscular da região, aliviar dores e reduzir sintomas urinários, como a urgência miccional.
Embora a fisioterapia pélvica não substitua outras abordagens, ela pode ser combinada com diferentes tratamentos, potencializando os resultados. Além dos exercícios específicos para a região, a reabilitação pode incluir técnicas de liberação miofascial para melhorar a flexibilidade dos tecidos, reduzir a dor e devolver funcionalidade à musculatura do assoalho pélvico. “Trabalhando essa região com exercícios específicos, conseguimos oxigenar os tecidos e melhorar a resposta muscular, proporcionando mais conforto e diminuindo a progressão dos sintomas”, reforça Patrícia.
Patrícia Zaidan trabalha com uma equipe multiprofissional, o que permite uma abordagem completa da síndrome em seu tratamento conservador. A equipe conta com ginecologistas, médicos especializados em dor, nutricionistas e outros profissionais voltados para a reabilitação da saúde pélvica da mulher. “É um trabalho conjunto. Cada profissional contribui para que a paciente tenha um tratamento mais eficaz, evitando intervenções invasivas desnecessárias”, explica a fisioterapeuta.
Além da fisioterapia pélvica, existem hábitos que ajudam a minimizar os sintomas da SGM. Evitar produtos perfumados na região íntima e dar preferência à higiene apenas com água pura é uma das recomendações mais importantes, pois substâncias químicas podem agravar o ressecamento e a irritação. O uso contínuo de hidratantes vaginais também é indicado para manter os tecidos hidratados e reduzir o desconforto.
A Síndrome Genitourinária da Menopausa afeta todas as mulheres que chegam a essa fase da vida, sendo um reflexo natural do envelhecimento. No entanto, isso não significa que o sofrimento deva ser aceito como inevitável. “Existem muitas formas de tratamento que podem proporcionar bem-estar e devolver a qualidade de vida das mulheres nessa fase. O importante é buscar informação e procurar profissionais capacitados para indicar a melhor abordagem para cada caso”, destaca Patrícia.
Abrir o diálogo sobre as mudanças que ocorrem no corpo feminino com a chegada da menopausa é essencial para quebrar tabus e garantir que mais mulheres tenham acesso a tratamentos eficazes. Quanto mais conhecimento houver sobre a SGM, mais mulheres poderão identificar os sintomas precocemente e adotar medidas que ajudem a enfrentar essa fase com mais conforto e saúde.
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