StartupRio: Estado investe em empresa que ensina programação para refugiados

StartupRio: Estado investe em empresa que ensina programação para refugiados

Orlando Martínez, de 39 anos, mora no Brasil há três anos. Formado em informática, o venezuelano trabalhou como professor por 12 anos antes de mudar de país. Após trabalhar com atividades diversas, já em território brasileiro, chegou à Toti por meio de outros venezuelanos. A empresa faz parte do StartupRio, programa da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação.

 “Eles têm organização e planejamento muito bons. Fiz aulas em aproximadamente quatro meses como desenvolvedor Full Stack. Eles trabalham na modalidade on-line, têm também aulas em vídeo, nas quais o aluno assiste e o professor tira dúvidas depois. A formação é muito boa, eles têm um conteúdo que faz com que os estudantes tenham conhecimento em HTML, CCS, Java Script, Typescript, React, Node... tecnologias que o mercado da programação está requerendo. Faltam profissionais que trabalhem com isso e no momento o mercado da programação está aquecido”, afirma Orlando.

 Com foco na capacitação e aceleração de empreendedores digitais, a Toti beneficiou centenas de refugiados desde 2016. Desde então, passaram pelo curso 216 pessoas de 11 países diferentes, considerando os que já estão formados e os que ainda estão acompanhando as aulas.

 O diretor-executivo da Toti, Caio Rodrigues, contou sobre o surgimento da empresa.

 “Começamos a estudar causas sociais e nos conectamos muito com os refugiados. Nosso objetivo é oferecer um futuro melhor, com boas condições de vida e bons salários no Brasil”.
 

Mais do que dar chance aos refugiados, a iniciativa também estimula a abertura de um leque de oportunidades. Caio Rodrigues lembra da história de um sírio que foi contratado em 2019 e ajudou a empresa a fechar negócio com outros países.
 
“Quando o Khaled chegou ao Brasil, já formado em Administração, ele vendia esfihas na Zona Sul do Rio de Janeiro. Depois, já com a gente, ele traduziu um produto digital que a empresa já comercializava para o árabe, permitindo a ampliação desse negócio para mais de 20 países. Olhamos para nossos alunos e vemos que eles têm um potencial gigante: 45% tem graduação, outros 28% possuem pós-graduação e 63% deles são trilíngues”, reforçou o Caio.
 

A Toti é parceira da Agência da ONU para Refugiados e da Organização Internacional para as Migrações.

Por Jornal da República em 29/09/2021
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