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A Suprema Corte do Reino Unido negou o recurso de Julian Assange, após uma decisão de dezembro de 2021 do Supremo Tribunal de Londres, para permitir sua extradição para os Estados Unidos.
Com a determinação, nesta segunda-feira (14), da instância mais alta do Judiciário do Reino Unido, o futuro de Julian Assange está nas mãos da secretária do Interior, Priti Patel.
O jornalista investigativo, atualmente em uma prisão britânica, quer evitar uma transferência para uma cadeia norte-americana, alegando temer pela sua vida.
O cofundador do WikiLeaks é acusado de espionagem pelo Departamento de Justiça dos EUA (DOJ). Assange divulgou, em 2019, uma série documentos confidenciais dos EUA revelando uma série de crimes de guerra.
As informações foram confirmadas pelas redes sociais do WikiLeaks.
A Suprema Corte do Reino Unido recusa o apelo para a extradição de Assange. O caso agora segue para secretária do Interior, Priti Patel, que decidirá sobre a autorizar da extradição de Julian Assange.
O DOJ acusou Assange de violar a Lei de Espionagem de 1917 porque o WikiLeaks revelou documentos secretos dos crimes de guerra dos EUA no Iraque, incluindo um incidente de 2007 em Bagdá, no qual um helicóptero foi filmado atirando em civis desarmados, incluindo dois jornalistas da Reuters, que o Pentágono tentado encobrir.
O vídeo, juntamente com uma série de outros documentos, foi encontrado e entregue ao WikiLeaks pela então analista do Exército dos EUA Chelsea Manning, que foi condenada a 35 anos de prisão em 2013.
Manning foi posteriormente perdoada em 2017 pelo ex-presidente dos EUA Barak Obama.
Assange enfrenta 18 acusações nos EUA que podem lhe dar uma sentença máxima de 175 anos de prisão. Ele já cumpriu três anos na prisão de Belmarsh, em Londres, enquanto aguarda a extradição.
No momento, caso Patel mantenha a decisão da Justiça, Julian Assange será extraditado para os Estados Unidos a pedido de Joe Biden.
No início do ano, outra sentença avaliou que ele não poderia ser extraditado devido a preocupações com sua saúde mental e um possível risco de suicídio.
Entidades internacionais, como a Anistia Internacional, entendem que a decisão é "uma caricatura de justiça". As organizações encaram o caso de Assange como um pilar acerca do debate de liberdade de expressão e de imprensa.
A Anistia Internacional também acredita que, ao aprovar o recurso dos EUA, a "justiça britânica aceitou as garantias diplomáticas pouco confiáveis" do país, que afirma que não vai torturá-lo, por exemplo. (Da Sputnik Brasil)