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“Se o livro ficar mais caro, como vou fazer para ler?” foi a indagação feita por uma jovem de 21 anos que, como a grande maioria da população, trabalha desde cedo para ajudar no sustento de casa e estuda para poder proporcionar uma vida melhor para a sua família. É uma brasileira que, como outros milhões de brasileiros, sabe que seu futuro dependerá muito mais do seu esforço, do seu conhecimento e dos seus méritos do que das políticas públicas.
A pergunta veio quando a Receita Federal, no início do mês, ao elaborar um documento com perguntas e respostas sobre a reforma tributária - projeto que cria um novo tributo em substituição ao PIS e Cofins -, explicou a razão de acabar com a isenção de impostos sobre livros. A justificativa: a taxação não teria tanto impacto na população pelo fato do consumo de livros não didáticos estar concentrado na classe mais rica.
Tal explicação só reafirma a necessidade de implementação de programas do governo que facilitem o acesso ao conhecimento, seja científico ou não, e combatam a desigualdade A leitura é importante para o desenvolvimento de uma sociedade mais crítica, cidadã e reflexiva. Para as crianças, é sinônimo de sonho. Ler faz as pessoas transporem as barreiras físicas.
A verdade é que a pessoa que compra um livro não o vê como um gasto. O leitor acredita estar fazendo um investimento, pois está ampliando o seu saber sobre determinado assunto. Quem lê adquire novas habilidades, aprende que as opiniões podem ser diferentes, mas que não impede o convívio. Sabe que a riqueza está em debater ideias.
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É por meio da leitura que muitos jovens e crianças de comunidades veem um novo mundo de oportunidades se abrir. É nos livros que ganham inspiração para mudar a realidade que vivem junto de suas famílias. Ler é sonhar, criar novas perspectivas, ampliar os horizontes, mudar planos, evoluir intelectualmente, se tornar um cidadão mais consciente.
Folhear as páginas de um livro pode mudar a história de uma pessoa. Saborear as palavras de uma obra é, em muitas das situações, alimentar de sonhos uma vida que a realidade faz passar fome. E é assim que muitos escritores de comunidades surgem e servem de inspiração para muitas crianças.
Taxar o acesso à educação e cultura é não permitir a igualdade na concorrência por oportunidades. Cobrar imposto de um livro é privar de um prazer aquele que só pode viajar pelas páginas escritas de uma história. Dificultar o conhecimento a quem tem pouco é ser cúmplice da desigualdade social no país.
Certa vez ouvi essa frase e tenho que concordar: o livro é o professor mudo de todo aluno.
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil.
Pedro Augusto é deputado federal pelo PSD-RJ e comunicador há 41 anos. Apresenta o Show do Pedro Augusto desde 1992 na Rádio Tupi.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Tribuna da Imprensa Digital e é de total responsabilidade de seus idealizadores
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