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O Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou a denúncia contra os deputados Josimar Maranhãozinho (MA), Pastor Gil (MA) e Bosco Costa (SE), todos do Partido Liberal (PL), por envolvimento em um esquema de desvio de recursos públicos. A denúncia, apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), aponta que os parlamentares teriam exigido R$ 1,6 milhão em propina para direcionar R$ 6,6 milhões em emendas ao município de São José de Ribamar (MA).
A investigação reuniu provas contundentes, incluindo gravações de diálogos, planilhas de pagamento e extratos bancários que comprovam a movimentação financeira ilícita. O ministro Cristiano Zanin, relator do caso, destacou que os documentos evidenciam depósitos e transferências suspeitas, reforçando a acusação.
Entre os elementos apurados, um dos personagens centrais do esquema era um intermediário conhecido como Pacovan, responsável por cobrar a propina. Pacovan, que foi assassinado a tiros em junho de 2024, demonstrava preocupação com o destino dos valores desviados e chegou a fazer ameaças em áudios obtidos pela PGR. Em uma das gravações, ele alertava sobre a possibilidade de ser enganado por outros envolvidos: "Rapaz, só raposas. Na hora que cai na conta, já cai outras pessoas dizendo que é deles". Em outro trecho, ele reforçava a necessidade de comprovação dos repasses: "Esse vagabundo vai pegar uma bala na cara".
Os diálogos também indicam que Josimar Maranhãozinho evitava receber os valores pessoalmente, temendo ser filmado. Em uma conversa interceptada, ele afirma: "Não posso ir na casa dele. É perigoso, pois pode ter câmeras para nos filmar". Já Pacovan ressaltava que o pagador da propina exigia negociar diretamente com o parlamentar: "Ele só paga se for pra você. Ele só resolve as coisas com você".
A denúncia revela a fragilidade do sistema de emendas parlamentares e como ele tem sido explorado para fins ilícitos, beneficiando intermediários e políticos, em detrimento do interesse público. O julgamento foi conduzido pela Primeira Turma do STF e contou com decisão unânime dos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux.
Com o avanço da investigação, novos desdobramentos são aguardados, ampliando o impacto do caso sobre a transparência no uso dos recursos públicos e o combate à corrupção no país.
Fonte: Brasil247
Foto: Uol
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