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Texto: Dr. Luiz Alberto Barbosa, Juiz de Direito e Escritor
Vivemos na época do tempo sem tempo. Estamos sempre atrasados, cheios de compromissos, reuniões. A solidão como companheira. Hoje basta enviar uma mensagem, um e mail, e o olho no olho, a visita em casa, foram ficando fora de moda. A porta está trancada, pois o lance é marcar um encontro em um bar, restaurante. A casa está mais vazia e é onde vivemos no nosso anonimato. Grandes condomínios, porém frios, sem alegria. O que importa é ser a casa mais bonita, ter o carro mais bacana parado na garagem. Andamos cruéis, assustados e assustadores. Na mesa, pouco nos comunicamos, pois o telefone está sempre em primeiro plano. O medo é que o ladrão possa entrar e roubar nossas poucas lembranças do café, do bolo, do chá, e daquilo que, de vez em quando, sentimos saudades. Enquanto isso, o inesperado nos aguarda na próxima esquina, bate no nosso ombro e nos avisa, no momento de euforia e prazer, que tudo um dia vai acabar. E tudo um dia acaba.
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