Toda a oração pelo Brasil e por nós mesmos. Grave é a hora da expectativa

Tudo parece óbvio e bem calculado. Os “esgotos” do Exército estão sendo visitados. Que organizações não os têm?

Toda a oração pelo Brasil e por nós mesmos. Grave é a hora da expectativa

**Walter Felix Cardoso Junior

wfelixcjr@gmail.com

Fontes sérias relataram que há poucos dias o então Comandante do Exército, representando os áulicos do Alto Comando, declarara ao Presidente do ano passado, ansioso que estava ele por uma solução militar para o imbróglio político vivenciado, que não trocaria vinte minutos de fama por vinte anos de aborrecimentos. Foi substituído.

De outras origens soubemos também que o Comandante da hora explicara a sua negativa de apoio ao golpe pretendido pelo Presidente alegando os reflexos da perseguição política aos patriotas de 1964, vergastados que foram por décadas de ataques mentirosos e inconsequentes do “jornalismo de qualidade”, do movimento educacional gramsciano, do clero progressista, do sindicalismo trotskista, e do cínico ativismo judicial, dentre outros tantos algozes contestadores da solução militar.

Seu fugaz sucessor, defenestrado com nem vinte dias no cargo, um general também da mesma “fornada” da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), teve a subida honra de cair atirando. Colhido que foi pela urdidura bolchevique da Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro do corrente, ele peitou o Ministro comunista da Justiça, e ainda corre o risco de ser preso por “prevaricação”, sendo isso mais um inominável absurdo engendrado dentro desse governo instável e contestado.

Seguindo o baile, então temos agora um terceiro Comandante do Exército, surgido com um estalar de quatro dedos do Presidente. Com salto felino espetacular, o general recém-chegado aos holofotes midiáticos, foi contundente ao manifestar-se, perante a tropa, com seu discurso de concordância com as transformações equivocadas planejadas para a área da defesa defendidas pelo mandatário nacional. O episódio nos faz lembrar o quanto são coitados os militares enganados pelos próprios companheiros.

Pode-se dizer que a proeza desse general, impensável até há pouco tempo, acalentando ideias reformistas, garantiu a sua rápida admissão ao exclusivo grupo de poder esquerdista. Habilidoso com palavras e linguagem corporal de fundo patriótico, ele sinalizou para o país que os delírios esquerdistas se encaixam na Força Terrestre e devem ser aceitos, esquecendo-se do velho dilema socialista inconsequente que associa força militar corrompida, assistencialismo degradante, cativeiro para as almas, e sistema improdutivo ultrapassado.

Contudo, debutante na esquerda, ainda não convenceu as legiões, mas já ousou colocar em risco a unidade da Força Terrestre, ora padecente nas mãos de chefes militares inseguros, mal avaliados pela maioria dos veteranos, e mal falados nos corredores do próprio Quartel General, bem como em qualquer grotão militar brasileiro.

Por que um oficial general de folha de serviço exemplar decide solitariamente encarnar o lobo do rebanho? Anda esquecido que a confiança, a credibilidade e a coerência são ativos basilares da liderança na caserna de Caxias ou em qualquer segmento organizacional da sociedade?

Com esse jogo político muito mal jogado pelas forças conservadoras, desde os primeiros dias de janeiro o consórcio sócio comunista avança gostosamente e com volúpia na direção das reformas radicais sem qualquer receio, de nada, de ninguém, aproveitando o êxito da eleição contestada por fraude, mas reconhecida pela justiça seletiva do momento.

Será que o Comando do Exército apoiará a formação da Guarda Nacional? Essa milícia cuja finalidade mais importante seria a de ser o braço armado institucional garantidor dos arroubos governistas, em detrimento das ações constitucionais de responsabilidade das Forças Armadas, especialmente nos assuntos da lei e da ordem?

A excentricidade militarizada e esdrúxula, justificada na sensação presidencial de “quebra de confiança nas Forças regulares”, poderá ser um ajuntamento controvertido de “Brancaleone”, com recrutamento apoiado nos grupos de agitação e propaganda do partido dos trabalhadores, e de seus satélites, nos sem-terra e sem-teto, na patuleia desvairada.

Felizmente, o nosso povo vem amadurecendo e já mostrou que tem capacidade de reagir por si mesmo aos arroubos esquerdistas sem depender de políticos ou de forças armadas. Em breve, já em fevereiro, saberemos o quanto do segmento legislativo responsável e conservador restou após tantas medidas rudes e inconstitucionais impingidas para sufocar a sociedade.

Nada como a história para ajudar-nos a avaliar o presente. Os espartanos passaram, também os romanos, e Khan, e os líderes inquisidores igualmente passaram, e Stalin, e Hitler, e tantos outros exemplos grotescos da tirania, vaidade, orgulho e crueldade. Tudo passa.

Invariavelmente, foram todos enganados, cegos e surpreendidos. Pouco a pouco, viram chegar o envelhecimento e a dor, a enfermidade e o corte seco da morte, obrigando-lhes reconsiderar os caminhos equivocados que percorreram.

Estão bem aqui, na Internet, as imagens dos discursos de Mussolini, Mao, Fidel, Maduro, Kim, Putin, Xin, e… de Lula. Em que cova desonrada finalmente se calarão esses campeões da ilusão? Contudo, e apesar de tudo, a vida justa, humilde, digna, segue vibrante iluminando. Não tarda, chegará a hora da verdade, para que não nos faltem os frutos da experiência necessária, porque a realidade sempre se impõe, porque é assim que é… (WF)

 **Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina; graduado na Academia Militar das Agulhas Negras, ex-Comandante do 63 BI; Egresso do Centro Hemisférico de Estudos de Defesa, Washington/USA; diplomado em Gestão de Recursos de Defesa pela Escola Superior de Guerra; ex-Diretor do Departamento de Defesa e Segurança da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo; e ex-Secretário de Planejamento Estratégico da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Publiquei três obras de Inteligência Competitiva, uma delas na Argentina.

 

 

 

Doutor em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina; graduado na Academia Militar das Agulhas Negras, ex-Comandante do 63 BI; Egresso do Centro Hemisférico de Estudos de Defesa, Washington/USA; diplomado em Gestão de Recursos de Defesa pela Escola Superior de Guerra; ex-Diretor do Departamento de Defesa e Segurança da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo; e ex-Secretário de Planejamento Estratégico da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República. Publiquei três obras de Inteligência Competitiva, uma delas na Argentina.

 

 

Por Jornal da República em 29/01/2023
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