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O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do promotor de Justiça Sauvei Lai, da 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial da área Ilha do Governador e Bonsucesso, denunciou, em 01/04, às 5ª e 35ª Varas Criminais da Comarca da Capital, por crime de extorsão, traficantes que exigiam pagamento a motoristas de aplicativos, mediante grave ameaça de morte e com emprego de armas de fogo, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio. A Promotoria pediu também a prisão preventiva dos denunciados.
Segundo as duas denúncias apresentadas, os criminosos integram a organização criminosa denominada Terceiro Comando Puro (TCP), que controla o comércio ilegal de tráfico de drogas na Comunidade do Dendê, da Pixunas e na maioria das demais comunidades da Ilha do Governador. Eles expandiram os seus negócios ilegais, organizando-se como uma narcomilícia e passando a cobrar “taxas”, por meio de extorsões contra motoristas de aplicativos, mototáxis e de táxi, dentro da área territorial em que exercem domínio no citado bairro.
Para trabalhar como motoristas na região, as vítimas eram obrigadas a efetuar pagamentos semanais no valor de R$ 150 e a se cadastrar nas cooperativas “Cooperativa do Crime” ou “Cooperativa da Extorsão”, criadas pelos criminosos, com sede no interior da Comunidade do Dendê, local onde ocorrem os pagamentos e os cadastros dos motoristas extorquidos. Além do pagamento, os traficantes passaram a obrigar o uso de adesivos que forneciam, para identificar os motoristas cadastrados e que cumprem as exigências dos criminosos.
À 5ª Vara Criminal foram denunciados Mario Henrique Paranhos de Oliviera, vulgo “Neves" ou "Nem"; apontado como mandante e responsável por ordenar as atividades ilícitas, e que se encontra preso; Marlom Rodrigues Chieregatto dos Santos (“ML” ou “Marreco"); Leonardo Rodrigues Pereira (“Dogão"); Leonardo Alves dos Santos (“Valoroso ou “Pavora"); e Anderson Alves dos Santos Barbosa. Na 35ª Vara Criminal foi apresentada a denúncia de Claudio da Rosa Gomes da Silva Carvalho ("Nhonho") e também de Mario Henrique Paranhos de Oliveira.
O promotor de Justiça Sauvei Lai lembrou que os criminosos repetem o mesmo modus operandi perpetrado na Ilha do Governador pela facção TCP que, durante muitos anos, foi comandada por Fernando Gomes de Freitas; vulgo “Fernandinho Guarabu", e Gilberto Coelho de Oliveira, vulgo “GIL”, que eram os líderes do tráfico de drogas do Morro do Dendê e de outras comunidades na região e se associaram com o miliciano Antônio Eugênio de Souza Freitas (“Batoré"), para juntos explorarem o transporte alternativo na região. Os três foram mortos juntos, em 2019, durante uma operação policial realizada para detê-los, quando resistiram à prisão.
Por MPRJ
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