Trato de amor

Trato de amor

Sobre o momento político e efeitos da pandemia, há colunas sobrando, e vejo um imenso desencontro justamente no que nos é mais precioso: o amor. 

Paralelamente, recebo centenas de e-mails de espectadores reclamando sobre o assunto para a produção do programa de TV que apresento, portanto, decidi escrever sobre isto. 

O mundo pode ter se modernizado muito. Temos infinitas formas de nos comunicar, de até nos transportar para lugares distantes em tempo real, mas nossos sentimentos, nossas emoções continuam pré históricas... queremos mesmo é amar, sermos amados... 

Então o que justificaria tanto desencontro, tanta insatisfação? Na prática, são centenas de pessoas boas, sensíveis, pedindo aos amigos uma forcinha para apresentar alguém que seja legal. Há em igual número, os que buscam nos aplicativos seu par. 

Afinal, o que está faltando? Porque será que os que estão solteiros estão com essa dificuldade? 

Sim, digo isso porque ouvindo assim de relance, tem-se a impressão que de fato, pessoas bacanas estão em extinção, e as poucas que havia já se encontraram e montaram os casais felizes que vemos se beijando e se abraçando pelas ruas. 

Nada disso é verdade. Não há um grupo em extinção, nem todos são tão legais assim, e tampouco os casais vistos, nasceram um para o outro como parece. 

A diferença está na tolerância. No jogo de cintura. Na falta ou senão essa, mas na diminuição do medo de se machucar. 

Uma relação pressupõe altos e baixos, discussões, eventuais brigas e reentendimentos. 

E quem tem medo de dor, não se arrisca, prefere ficar reclamando e dizendo que sua preferência sentimental está em falta. 

Ora, ora, o que está em falta é disposição para negociar, porque existem pessoas ótimas de todos os lados que querem se relacionar, que estão à procura de companhia. 

Portanto, se você é um desses que está procurando o impossível, vendo sempre a grama brilhar do outro lado da cerca, antes de terminar esse artigo prometa-se: “Vou mudar meus conceitos“, porque se assim o fizer eu garanto: até a próxima edição desta coluna você já não estará mais sozinho (a). 

Trato é trato hein? 

Foto: Reprodução/Internet.

 *Claudia Cataldi - é jornalista, apresentadora de TV, MsC. em Ciência Política e Relações                Internacionais.

 

 

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Tribuna da Imprensa Digital e é de total responsabilidade de seus idealizadores. 

Por Jornal da República em 22/03/2021
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