Três presidentes e 11 ex da América Latina operaram em paraísos fiscais, todos de direita ou extrema-direita

Três presidentes e 11 ex da América Latina operaram em paraísos fiscais, todos de direita ou extrema-direita

Três presidentes no exercício de seu mandato e onze que já deixaram seus cargos; 90 políticos de alto escalão, congregações religiosas e artistas de fama mundial, bilionários, além do ministro da Economia e do presidente do Banco Central do Brasil -esta é a soma de personagens poderosos da América Latina fez uso de paraísos fiscais ao longo dos anos.

Uma característica comum a todos eles: são de direita ou extrema direita.

Esta é mais uma das revelações do conjunto de reportagens denominadas Pandora Papers reveladas neste domingo. A revelação sobre o perfil dos latino-americanos presentes na lista é do espanhol El País.

14 dos 35 presidentes ou ex-presidentes mencionados nos documentos pertencem à América Latina. Eles são de direita ou extrema direita. Entre eles se destacam três presidentes no exercício de seus mandatos: o chileno Sebastián Piñera, o equatoriano Guillermo Lasso e o dominicano Luis Abinader. Também emergem 11 ex-mandatários, sendo os mais conhecidos os colombianos César Gaviria e Andrés Pastrana, o peruano Pedro Pablo Kuczynski; o paraguaio Horacio Cartes e os panamenhos Juan Carlos Varela e Ricardo Martinelli.

O escândalo dos Pandora Papers estourou neste domingo. Trata-se de uma sequência de reportagens do Consórcio Internacional de Jornalistas com informações de 11,9 milhões de arquivos que reúnem o trabalho de 14 assessorias para offshores. As revelações até o momento restringem-se a contas operadas nas  Ilhas Virgens Britânicas (BVI), situadas no Caribe, jurisdição há muito conhecida como peça chave no sistema offshore. Os documentos secretos expõem negociações offshore do rei da Jordânia, dos presidentes da Ucrânia, Quênia e Equador, do primeiro-ministro da República Tcheca e do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair. 

Os arquivos também detalham as atividades financeiras do mais de 130 bilionários da Rússia, Estados Unidos, Turquia  e outros países.

Entre as autoridades cujos nomes aparecem nos documentos vazados estão o ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

No Brasil, participam da investigação, feita pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, o ICIJ, com sede em Washington, DC, a revista Piauí, os sites Poder360 e Metrópoles e a Agência Pública

Por Jornal da República em 03/10/2021
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