Uma Frente de esquerda sem proposta e sem o protagonista Lula não convence o eleitor

Uma Frente de esquerda sem proposta e sem o protagonista Lula não convence o eleitor

Muito se discute nos meios políticos qual seria o formato de uma candidatura presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. O ex-presidente da República de quatro mandatos deve estar debruçado no diagrama do cenário político desde que o Supremo Tribunal Federal anulou suas condenações, abrindo caminho para a candidatura em 2022. 

“Minha cabeça não tem tempo de pensar em candidatura”, respondeu a uma pergunta durante a entrevista na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, logo após a anulação da condenação. Ele chegou a citar que "não está com a cabeça" focada na candidatura. De tudo que se observa é que Lula pensa numa Frente Ampla e não apenas de esquerda. Foi assim que ele superou duas derrotas antes de chegar a presidente, quando formou uma Frente independente com Sarney, Collor, Antonio Carlos Magalhães e o radical de direita delegado Sérgio Fleury, Brizola, entre outros coronéis da vida pública e política. A coligação reuniu os partidos: PT, PL, PCdoB, PPS, PDT, PTB, PSB, PGT, PSC, PTC, PMN, PHS e PCB.  

Frente trabalhista não apoio Lula 

Mas não ficou só nisso, outro ingrediente foi fatal para a esquerda que não apoiou Lula. Formada por Integrantes da Frente Trabalhista eles criticaram a disposição do presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, de abandonar a coligação e declarar apoio ao candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. O PDT fazia parte da coligação, que junto com o PPS e PTB, apoiavam a candidatura de Ciro Gomes. O adversário de Lula José Serra (PSDB). Em 2006 Lula se reelegeria impondo a segundas derrota ao PSDB ao superar Geraldo Alckmin. 
 
Para Brizola, o apoio do PDT a Lula poderia garantir a vitória do petista ainda no primeiro turno, acabando com as chances do candidato do governo, José Serra (PSDB), de ir para o segundo turno. “O Brasil pode encerrar esse período infame do neoliberalismo, conduzido por FHC e os tucanos. Isso é da maior importância 

Ao ser perguntado se uma frente poderia incluir outros partidos além de PCdoB, PSOL e outros de oposição, Lula disse que isso não seria uma frente ampla, mas uma frente de esquerda, e que seria preciso agregar outros partidos. Os caciques do PT, lembram que essa posição de Lula é antiga.  

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Lula “paz e amor” 

“O Brasil tinha um projeto de nação, de soberania, de cidadania, é pela construção desse sonho que eu me sinto muito jovem para brigar muito”, afirmou Lula em pronunciamento antes da entrevista coletiva. Quando alguém gritou “lula paz e amor!”, o petista discretamente acenou positivo. 

Ao ser questionado sobre a reação do mercado à possibilidade de que agora, livre de condenações em segunda instância, ele possa ser candidato à Presidência em 2022, Lula lembrou que o mercado conviveu com ele durante oito anos no governo e mais seis anos da ex-presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, durante todo esse período o País tinha previsibilidade e credibilidade. 

“Era chamado de conciliador”... 

O petista ainda foi enfático: “Não tenham medo de mim. Eu sou radical porque quero ir à raiz dos problemas”, disse, completando: “Eu era chamado de conciliador quando governava.” Ao final lembrou que o “O PT polariza desde 1989. Isso significa que o PT é muito grande, não pode deixar de polarizar”, disse o ex-presidente, lembrando que o partido esteve em primeiro ou segundo lugar em todas eleições. 

Editoria de Roberto Monteiro Pinho/Conteúdo TribunaPress/Tribuna do Paraná/O Tempo/Site oficial do PT/Wikipédia/Imagens: BBC News e Gazeta do Povo. 

 

Por Jornal da República em 05/04/2021
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