União Brasil aceita denúncia contra Bivar e abre caminho para expulsá-lo do partido

Foram 17 votos a favor da abertura do procedimento e outros 15 integrantes do partido não compareceram. Procurado, Bivar disse não estar surpreso

A Executiva Nacional do União Brasil aceitou uma denúncia contra o deputado federal Luciano Bivar (PE), atual presidente da legenda. A decisão, tomada nesta quarta-feira por unanimidade, abre caminho para expulsá-lo da sigla.

Foram 17 votos a favor da abertura do procedimento. Outros 15 integrantes do partido não compareceram.

Com o recebimento da denúncia, o parlamentar tem 72 horas para apresentar sua defesa. No documento, caciques alegam que Bivar estava “utilizando a estrutura partidária” para “perseguir” o advogado Antonio de Rueda (recém-eleito presidente do União) e seus familiares, “praticando condutas criminosas de toda ordem”.

O afastamento será tomado em caráter provisório, até que o processo seja concluído – o que deve acontecer no prazo de 60 dias.

A Carta Capital, Bivar não estar surpreso com a decisão. “Nós tínhamos maioria e fomos traídos. Essas decisões estão em consonância com o estatuto, mas cabem questionamentos. Agora só nos resta fazer a nossa defesa no prazo estipulado”, argumentou.

Mais de 40 deputados e senadores participaram da reunião em Brasília, acompanhados pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto, além dos governadores de Goiás, Ronaldo Caiado; e do Amazonas, Wilson Lima; e o ministro do Turismo, Celso Sabino.

Após ouvir as partes envolvidas, o relator do caso deve apresentar seu voto e submetê-lo aos integrantes da Executiva. A votação acontecerá de forma secreta, de acordo com o regimento interno do União. No fim, Bivar pode ser expulso e ter a filiação cancelada.

A reunião desta quarta-feira aconteceu em meio uma rumorosa briga pelo comando da legenda criada em 2021 através da fusão entre DEM e PSL. A tensão se intensificou após um incêndio em duas casas de praia de Rueda no litoral de Pernambuco.

Os caciques da sigla atribuem a Bivar as seguintes infrações:

• ameaça de morte contra o vice-presidente Antônio Rueda e seus familiares, inclusive sua filha de 12 anos;
• indícios de motivação política criminosa nos incêndios que destruíram as casas de Rueda e da tesoureira do partido, Maria Emília Rueda, sua irmã;
• violência política contra mulher;
• validação de cartas de desfiliação de seis deputados do União Brasil do Rio de Janeiro sem submeter à decisão colegiada do partido.

Com informações Carta Capital