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Incentivar a produção tecnológica e dar suporte às necessidades específicas dos alunos têm transformado o cotidiano da Escola Técnica Estadual Maria Mercedes Mendes Teixeira (ETEMMT), unidade da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec). Prestes a concluir o curso Técnico em Informática, estudantes voltaram suas pesquisas para o desenvolvimento de projetos que possam dar melhores condições a pessoas com algum tipo de deficiência ou transtorno, na prática diária.
“Aqui na escola a gente procura escutar o aluno o tempo todo, até mesmo, para orientá-lo em relação aos caminhos a seguir. Eles precisam enfrentar situações adversas que vão desde a distância de casa à dificuldade em praticar e, para adquirir a perfeição, é necessário praticar”, diz o professor Diego Muguet que, desde 2014 leciona na unidade.
Para este ano, os alunos se debruçaram na acessibilidade. Desde e-commerce a plataformas que incentivam doação de alimentos, a diversidade de possibilidades torna a ETEMMT uma verdadeira incubadora.
“Eu já estou na faculdade, cursando análise de sistema, mas o que temos aqui é mais avançado do que a universidade. Porque temos a prática, desde a programação, banco de dados, coisas que eu sei que vou ver mais à frente na universidade e que eu já aprendi aqui e isso é muito bom porque quando chegar esse momento lá, eu já vou me sentir preparado. O futuro é a tecnologia e eu sempre tive muito interesse por essa área”, diz Gabriel Antunes que trabalha cerca de 20h semanais com mais dois colegas, no desenvolvimento de uma plataforma que cadastra voluntários e doadores sociais. “Através desta plataforma, a gente amplia a rede de doações, ajudando mais pessoas”, diz ele.
Mais um projeto que chama atenção e que será apresentado no fim do ano é a plataforma que propõe maior interação entre o mediador e o aluno que não oraliza, uma solução que cria maior conexão entre todas as partes envolvidas na rotina do aluno autista não verbal.
Desenvolvido por um grupo bastante heterogêneo, o aplicativo surgiu a partir da sugestão de Cassiana Melo, 36, ao ouvir casualmente, uma conversa no transporte, onde uma mãe preocupava-se com os resultados do filho autista não verbal na escola.
“Trouxe a ideia para o grupo e, como já estávamos pensando em trabalhar inclusão, foi uma opção bem aceita. Na plataforma, os pais poderão ter acesso a tudo o que acontece dentro da sala de aula, como o filho se comporta, o que ele está absorvendo, como ele está interagindo, criando uma relação melhor entre os pais e o mediador, além de deixá-los tranquilos e cientes de todo o processo. Muitas das vezes, os pais trabalham e não têm tempo de saber o que está acontecendo com o seu filho no período escolar. Estamos muito motivados para trabalhar nesse projeto”, diz Larissa Menezes, aluna do curso.
Além do trabalho em equipe, os alunos também aprendem lições importantes de convivência, especialmente quando se trata do conflito de gerações, que é transformado em uma poderosa ferramenta para o sucesso do projeto. “Como mais velho, eu me sinto privilegiado, porque eles são parceiros”, Márcio Barros, 48 anos.
Entre os professores, a opinião é comum: o grande diferencial da escola é o exercício da escuta. “Sempre vamos produzir pelo melhor caminho, a gente adora quando eles vêm com uma proposta, que geralmente é social, porque tem relação com o cotidiano deles. Primeiro a gente escuta a ideia deles, avalia se é aplicável e, se for, a gente abraça e vice-versa. Nossa primeira ideia era que o aluno tivesse cunho empreendedor, e que esses projetos pudessem ser abraçados pelo mercado de trabalho, mas vimos que para eles, o viés social também era muito importante”, diz o professor Diego Miguez.
Fonte: Joice Hurtado/Assessoria de Comunicação
Por Jéssica Porto e Robson Talber
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