Universidade pública de Londrina cancela prova que reservava até 100% das vagas de residência médica para cotistas

O Conselho Federal de Medicina chamou a atitude de “risco a um preconceito reverso”.

Universidade pública de Londrina cancela prova que reservava até 100% das vagas de residência médica para cotistas

Universidade Estadual de Londrina (UEL) decidiu cancelar o processo seletivo que reservava a totalidade das vagas em determinados cursos de residência para alunos cotistas. A anulação aconteceu nos editais dos cursos de:

  • Medicina;
  • Enfermagem;
  • Farmácia;
  • Fisioterapia;
  • Odontologia;
  • Saúde da Família;
  • Multiprofissional e
  • Multiprofissional Saúde da Mulher.

A decisão foi tomada porque os documentos anteriores reservavam todas as vagas nas residências para pessoas com deficiência (PcDs), indígenas e negros. 

As especialidades afetadas foram:

  • psiquiatria;
  • dermatologia;
  • oftalmologia;
  • e cirurgia do aparelho digestivo;

Alunos não contemplados denunciaram a questão. No comunicado oficial que cancelou o processo, a universidade garantiu aos candidatos já inscritos o direito de participar da próxima fase de seleção para as mesmas áreas, sem precisar fazer um novo pagamento. 

Candidata, que prefere não se identificar, também afirmou que a reserva integral das vagas foi realizada após as pessoas já terem se inscrito:

“Isso gera uma situação “bizarra”: há aplicantes que irão se candidatar e não há vagas para eles, a não ser que alguém desista”. 

Conselho Federal de Medicina teme preconceito 

Na última quarta-feira, 30 de outubro, o Conselho Federal de Medicina publicou uma declaração contra o uso de cotas nas Residências Médicas. 

A entidade revelou que a iniciativa foi lançada pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebsarh). 

O grupo é responsável pelo Exame Nacional de Residências (Enare) e reserva 30% das vagas para negros, indígenas, quilombolas e portadores de necessidades especiais.

A organização não é contra ações afirmativas, mas argumenta que a necessidade delas foi cessada com o acesso à universidade:

“O CFM defende que esse mecanismo vai causar uma discriminação reversa, já que as eventuais desigualdades foram equalizadas a partir da entrada dos grupos menos favorecidos nas faculdades de medicina, além de que a seleção para residência médica não se assemelha a cursos para provimento de cargos públicos”. 

 

Por Jornal da República em 01/11/2024

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