Vereador eleito no Rio pode ter gastado mais de R$ 100 por média de cada Voto com Fundo Eleitoral

Jorge Canella conquista cadeira na Câmara com apoio político forte e uso expressivo de recursos públicos

Vereador eleito no Rio pode ter gastado mais de R$ 100 por média de cada Voto com Fundo Eleitoral

Em um cenário que levanta questões sobre o uso do fundo eleitoral, Jorge Canella (UNIÃO) foi eleito vereador no Rio de Janeiro com um custo de mais de R$ 100 por voto aos cofres públicos. Com 19.353 votos conquistados e um fundo eleitoral de R$ 1.956.000,00, se gasto todo fundo, cada voto de Canella custou aproximadamente R$ 101,07 em dinheiro público.

Não há crime nisso, somente a desproporcionalidade, pois se o fundo era para igualar e democratizar, na prática está beneficiando uns em detrimentos de outros.

Jorge Canella, policial militar de 48 anos e natural do Rio, contou com um forte aparato político em sua campanha. O apoio veio de figuras influentes como o deputado estadual Márcio Canella (UNIÃO), o mais votado do Rio, demonstrando a força das alianças políticas familiares na região.

Um fator crucial para sua vitória foi o respaldo da página "Campo Grande Ao Vivo", considerada a maior fonte de notícias do bairro mais populoso do Brasil. Esta página, que tem entre seus seguidores deputados bolsonaristas, senadores, o prefeito Eduardo Paes e até o ex-presidente Jair Bolsonaro, conforme revela o Jornal Coisas de Politica e evidência o poder das redes sociais nas campanhas modernas.

Em contraste, o vereador reeleito Carlos Bolsonaro apresentou uma relação custo-benefício aparentemente mais eficiente, por ser mais conhecido e filho do ex-presidente. Com um fundo eleitoral de R$ 1.858.692,30, ele obteve 130.480 votos, resultando em um custo de aproximadamente R$ 14,25 por voto. Esta disparidade levanta questões sobre a eficácia das estratégias de campanha e o uso dos recursos públicos.

No outro extremo do espectro, encontramos o caso de Diego Faro, candidato apoiado pelo governador. Faro, que se comprometeu a trabalhar em defesa da vida, famílias, comunidades e mulheres cariocas, foi o último a garantir uma cadeira na Câmara Municipal. Com apenas 12.675 votos e utilizando R$ 1.857.692,30 do fundo eleitoral, cada voto de Faro custou cerca de R$ 146,55 aos cofres públicos, tornando-o o mais caro entre os eleitos, se usou todo o fundo.

Estes números revelam uma discrepância significativa no custo por voto entre os candidatos, variando de R$ 14,25 a R$ 146,55. Tal variação suscita debates importantes sobre:

  1. Eficiência no uso do fundo eleitoral: O alto custo por voto questiona a eficácia na aplicação dos recursos públicos em campanhas.

  2. Influência das redes sociais: O apoio de uma página popular de notícias locais demonstra o peso das mídias digitais nas eleições.

  3. Poder das alianças políticas: O suporte de um deputado estadual influente ressalta a importância dos "padrinhos políticos".

  4. Representatividade policial na política: A eleição de um policial militar reflete uma tendência de profissionais da segurança pública entrando na arena política.

  5. Transparência nos gastos de campanha: O alto valor gasto por voto demanda uma análise mais detalhada sobre como os recursos foram utilizados.

Na primeira parcial da prestação de contas podemos ver como foi gasto o Fundo

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E no dia da eleição essa foi a realidade encontrada em várias zonas eleitorais

Foto tirada em frente zona eleitoral no Recreio mostrando o desperdício de dinheiro público

Este caso específico serve como um microcosmo para debates mais amplos sobre o financiamento eleitoral no Brasil. Questões como a equidade na distribuição dos recursos, a eficácia do fundo eleitoral em promover uma democracia mais representativa e a necessidade de maior transparência nos gastos de campanha são temas que merecem atenção contínua.

A eleição de Jorge Canella, embora bem-sucedida em termos de resultado, levanta preocupações sobre o custo da democracia e como os recursos públicos estão sendo empregados nas campanhas eleitorais. É fundamental que haja um debate público sobre como otimizar o uso do fundo eleitoral, garantindo uma competição justa e economicamente responsável.

Para o futuro, é essencial que os órgãos de controle, a sociedade civil e os próprios partidos políticos se engajem em uma discussão sobre reformas no sistema de financiamento eleitoral. O objetivo deve ser encontrar um equilíbrio entre proporcionar condições equitativas para todos os candidatos e assegurar um uso mais eficiente dos recursos públicos.

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Por Jornal da República em 08/10/2024

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