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Da PONTE JORNALISMO - Em um país onde o conceito e prática de Direitos Humanos é distorcido ao ponto de ser associado a ‘coisa pra defender bandido’, nada mais ‘natural’ que o Estado, a partir da figura da polícia militar, impeça uma ação humanitária.
Na tarde do último sábado (7/8), membros da Força Tática da Polícia Militar de São Paulo brecavam a entrada de pelo menos seis ruas que levam à região da Luz, no Centro da Capital, na Cracolândia. A denúncia partiu do padre Julio Lancelotti, coordenador da Pastoral do Povo da Rua, que afirma que seu trabalho foi afetado ao ter dificuldades para acessar o local onde costumam entregar marmitas à população da região.
Após muito esforço, os oito militantes encontraram um caminho alternativo e conseguiram adentrar a Cracolândia. Contudo, foram barradas em sua entrada, tendo de mostrar documento com foto enquanto ouviam que estavam cometendo desobediência. Somente então, após a tensão, puderam prosseguir com o trabalho de assistência.
A repressão policial na região da Luz não vem de hoje, em especial ao movimento da pastoral Povo da Rua. Em relato passado à Ponte há dois anos, Lancelotti disse: “Eles [forças de segurança] fazem, me ameaçam muito. ‘Vamos dar um fim nesse padre’, falam que a culpa é minha, eu que faço confusão com ‘esses maloqueiros’. E ameaçaram voltar.”
Monitoramentos por câmera feitos pela Craco Resiste entre dezembro de 2020 e março de 2021. Mostram que a Guarda Municipal Metropolitana age reiteradamente com metropolitana naquela região, usando bombas de gás lacrimogêneo, spray e violência física para reprimir viciados e militantes.
Outro lado
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo mandou um comunicado à imprensa. Dizem que há policiamento ostensivo no centro e que a PM respeita o direito de ir e vir, mas não explicam o caso em particular de ontem.
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