Viradão Cultural Suburbano chega a terceira edição

A cidade do Rio de Janeiro sofreu inúmeras transformações nos últimos dois séculos, sem que elas tenham conseguido dar condições dignas de moradia e amplo acesso à cultura, à educação, à saúde e ao transporte de qualidade a maior parte de seus habitantes.

Bom exemplo: cerca de 80% das cariocas e dos cariocas moram nas zonas Norte e Oeste da cidade, mas apenas pouco mais de 20% dos investimentos na Cultura são destinados a estas regiões.

Já as zonas Centro e Sul, onde reside minoria da população do Rio, ficam com a maior fatia do bolo, como podemos perceber. Embora inserido neste contexto de negação, o povo suburbano sempre se organizou e fez surgir inúmeras manifestações artísticas que nos dias de hoje têm nos Coletivos de Cultura articuladores fundamentais nos subúrbios.

Como forma de contestar essa desigualdade, e também as narrativas que associam estes territórios quase que única e exclusivamente a lugares marcados pela carência e violência, é que surge o Viradão Cultural Suburbano, um evento que reúne música, teatro, dança, artes plásticas, performance, gastronomia, moda, intervenções urbanas e literatura, entre outras manifestações artísticas.

Nos mesmos moldes das viradas culturais que se espalharam pelo país, mais do que simplesmente ocupar ruas e praças com eventos gratuitos, o objetivo do evento é também dar visibilidade à potencialidade criativa do povo dos subúrbios.

O Viradão Cultural Suburbano pretende, portanto, além de ingressar no calendário cultural oficial da cidade, fomentar discussões importantes para a vida urbana, como utilização do espaço público, acessibilidade e diversidade.

Em sua primeira edição, em 2019, dedicada a Dona Ivone Lara, primeira mulher a compor um samba enredo; e a Paulo da Portela, que assim como Done Ivone foi figura destacada na luta contra o preconceito ao samba, aos sambistas e às sambistas, o Viradão levou arte e cultura durante 36 horas, sem parar, a duas dezenas de bairros suburbanos, nos dias 9 e 10 de novembro.

A intenção era manter o mesmo formato na segunda edição, mas infelizmente, por conta da pandemia do novo Coronavírus, a versão 2020, que ocorrera nos dias 21 e 22 de novembro, foi virtual, com transmissão via redes sociais do Viradão e de parceiros.

Mais de 50 artistas de diversas partes do Rio de Janeiro se inscreveram e apresentaram shows, peças teatrais, espetáculos de dança, debates, eventos de literatura, mostra de documentários e filmes e artes visuais, entre outras manifestações artísticas.

Participaram do festival, nomes como Ivan Lins, Dorina, Claudio Jorge, Marquinhos de Oswaldo Cruz, Paulão 7 Cordas, El Efecto e Robertinho Silva. Já a terceira edição do Viradão, marcada para os dias 26, 27 e 28 de novembro, e que contará ainda com pré-eventos, será no formato híbrido, ainda por conta da pandemia, porém reunindo, tanto presencial como virtualmente, a mesma diversidade e pluralidade artística.

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Por Jornal da República em 01/09/2021
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